O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) , disse nesta terça-feira (31) que está “absolutamente aberto” a discutir uma solução para o impasse gerado pelo Orçamento aprovado pelo Congresso. Ele afirmou ainda que será preciso sentar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ministros do governo para discutir o assunto.
"Nós estamos absolutamente abertos a essa discussão e todo e qualquer PLN (projeto para modificar o Orçamento) que venha, nós vamos pautar e decidir pela maioria. Não há nenhum tipo de intransigência da nossa parte. Mas eu destaco que esse parecer (do senador Márcio Bittar) foi discutido e aprovado na comissão de orçamento e no plenário com a participação do governo", disse Pacheco.
Já o senador Márcio Bittar (MDB-AC), admitiu ao jornal O Globo que poderá rever as emendas extras incluídas no seu parecer para ajudar a solucionar as dificuldades apontadas pela equipe econômica em executar o orçamento deste ano:
"Sempre fui um aliado do governo. Se eu puder ajudar, não vou criar problemas",
Bittar disse também que todas as alterações feitas por ele na proposta tiveram conhecimento da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes , e que nenhuma das mudanças foi “invenção” dele.
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"Por enquanto o que posso dizer é que não fiz nada sem o conhecimento da Economia. Corte na Previdência, mudança no auxílio-doença, que depende de uma MP (medida provisória), abono salarial, seguro-desemprego. Nada disso foi invenção minha", disse.
Perguntado, então, por que o Ministério da Economia tem criticado tanto a proposta, Bittar respondeu: "Não sei e prefiro não fazer elucubrações".
O senador também foi relator da proposta de Emenda à Constituição chamada de PEC Emergencial , com um conjunto de medidas para garantir o controle de gastos. A proposta também permitiu a volta do auxílio emergencial em 2021, limitado a R$ 44 bilhões.
"Como relator do pior Orçamento das últimas décadas, procurei conciliar o melhor possível as demandas dentro de uma coberta curta. Sou aliado do governo, o que precisar fazer para melhorar farei", afirmou.
Bittar tem se queixado a pessoas próximas do tratamento recebido por Guedes. Ele disse a interlocutores que o ministro deu o aval a um acordo para incorporar na proposta orçamentária um volume extra de R$ 16,5 bilhões em emendas parlamentares, inclusive a partir do corte de despesas com a Previdência.