O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar, na tarde desta quinta-feira (04), o fechamento do comércio nos estados como forma de conter a contaminação de Covid-19 . Para Bolsonaro, as restrições prejudicam a economia e pediu aos governadores a revisão das decisões.
“Peço para que repense a política de fechar tudo. Não fiquem me acusando de fazer aglomeração, aqui tem. Não vamos combater o vírus de forma ignorante, burra”, afirmou em inauguração de ferrovia em Goiás.
Nas últimas semanas, governadores e prefeitos aumentaram as restrições de circulação e de comércios após o aumento nos índices de contaminação em decorrência da Covid-19. Na quarta-feira (03), o Governo de São Paulo informou que o estado passará para a fase mais restritiva do Plano SP a partir de sábado. Em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, há filas de vagas para UTI e aumento no número de mortes por coronavírus.
“Estamos condenados à miséria, fracasso e morte. Distúrbios, saques, greve generalizada. Nós temos que ter coragem para enfrentar os problemas”, afirmou Bolsonaro, se referindo aos limites impostos pelos estados.
Em coletiva, o presidente voltou a alfinetar a decisão do Supremo Tribunal Federal de dar autonomia para estados e municípios decidirem as medidas de combate a doença. Usando palavras de baixo calão, Bolsonaro afirmou acreditar que o país precisa parar de "mimimi”.
“Todos nós vamos sofrer se não tomarmos medidas certas com coragem. Vamos acreditar no Brasil, somos um país que tem futuro. Homem do campo não parou. Tivemos inflação? tivemos sim, não vou negar, mas se se vocês tivessem parado, teria tido desabastecimento”, disse.
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"Chega de frescura, mimimi. Vão ficar chorando até quando?", concluiu.
Nas redes sociais, Bolsonaro voltou a alfinetar governadores e disse que atividade essencial "é toda aquela necessária para o chefe de família colocar pão dentro de casa".
Impostos
Jair Bolsonaro citou a decisão de zerar a alíquota de PIS/Cofins para o diesel e gás de cozinha e ressaltou as negociações do Ministério da Economia para aprovação da Reforma Tributária . Em conversas com o Congresso Nacional, a medida deverá ser votada apenas no segundo semestre de 2020.
O presidente aproveitou para voltar a fazer críticas aos poderes executivos estaduais e municipais. A tentativa de Bolsonaro é convencer os governadores em reduzir a taxa de ICMS nos combustíveis, medida que reduziria os preços dos produtos.
“A carga tributária no Brasil é enorme, o Guedes quer a reforma tributária. Não tem santo aqui. O poder que tenho de reduzir impostos, governadores e prefeitos também têm”, alfinetou.
Críticas à imprensa e elogios à Ricardo Salles
Bolsonaro voltou a criticar a imprensa e as críticas feitas ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles . O chefe palaciano disse ter confiança em Salles à frente da pasta.
“Levo porrada do mundo todo, como aquele que não da bola para a questão ambiental. Temos um excelente ministro do meio ambiente, que falei que só sai do governo se for elogiado pela Globo ou pela Folha”, disse.
“Os 10 maiores jornais não têm 500 mil exemplares, quero uma imprensa mais forte. Como sonho com uma imprensa que fale a verdade. O que eles publicam aqui dentro, repercute lá fora. Só critica, não tem uma palavra boa. Será que vai sair que estou sem máscara de novo?”, acusa Bolsonaro.