Bolsonaro cutuca mercado por auxílio: "Vamos deixar de ser irritadinhos"

Presidente sugeriu volta do benefício a partir de março e cobrou setor financeiro por reação negativa às sinalizações do governo

Foto: Marcos Corrêa/PR - 5.7.19
Bolsonaro sugere volta do auxílio emergencial e cutuca mercado financeiro por reação


O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (11) que o  auxílio emergencial pode ser pago novamente a partir do mês de março, por "três ou quatro" meses . O presidente afirmou, por outro lado, que benefício não pode ser eterno, citando a aposentadoria e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Bolsonaro ainda reclamou da reação do mercado financeiro.

"É uma questão emergencial, porque custa caro para o Brasil. É um endividamento enorme para o Brasil. Está quase certo. Não sabemos o valor. Com toda a certeza, a partir... com toda a certeza, pode não ser, a partir de março. Três, quatro meses, que (é o que) está sendo acertado com o Executivo e com o Parlamento também. Porque temos que ter responsabilidade fiscal", disse Bolsonaro , após participar de entrega de títulos de propriedade rural em Alcântara, no Maranhão.

Mais tarde, em transmissão em suas redes sociais, o chefe do Executivo voltou a falar que o auxílio emergencial precisa ser pago a partir de março, mas disse que valores e duração ainda estão em debate.

"A gente estuda prorrogar o auxílio emergencial. Por quantos meses? Três, quatro meses. Não está definido ainda. Qual valor? Também não está definido. Agora, é uma coisa que tem pressa. Tem que ser a partir de março", defendeu.

O presidente aproveitou para mandar um recado ao mercado financeiro , que reagiu negativamente às sinalizações do governo federal de que o auxílio seja ampliado:

"Pessoal do mercado, qualquer coisa que se fala vocês ficam irritadinhos na ponta da linha, né? Sobe dólar , cai a Bolsa . Pessoal, se o Brasil não tiver um rumo, todo mundo vai perder, vocês também. Então, vamos deixar de ser irritadinhos porque não vai levar a lugar nenhum", cutucou Bolsonaro.

Ele continuou: "Não pode, quando se fala em discutir por mais alguns meses, pouco meses, a prorrogação do auxílio emergencial, o mercado ficar aí se comportando dessa forma que está aí 'Vamos dar um sinal para eles que não queremos isso'. Pessoal, vocês sabem o que é passar fome?", questionou o presidente.

Nos últimos dias, a equipe econômica tem discutido com o Congresso a prorrogação do benefício. A ideia é pagar mais três parcelas de R$ 200. O número de beneficiários pode ser reduzido pela metade. Em 2020, quase 60 milhões de pessoas receberam o benefício.

Por outro lado, o ministro da Economia, Paulo Guedes , quer aprovar redução de gastos para pagar o auxílio.