O diretor-executivo do Procon-SP e colunista do Portal iG , Fernando Capez , afirmou que processará a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) , caso o órgão não reduza os reajustes nos planos de saúde . Em entrevista a live Brasil Econômico , nesta quinta-feira (04), Capez informou que solicitou à ANS informações sobre a alteração nos valores.
De acordo com o especialista, em janeiro deste ano o Procon-SP registrou 962 reclamações contra operadoras de saúde. O diretor da entidade foi enfático ao dizer que deve processar a ANS caso não reduza os valores a 8,14% de aumento.
“Nós tivemos 9 reclamações contra planos de saúde. Janeiro deste ano, 962 reclamações. Encaminhamos ontem um requerimento à ANS para que seja reduzido imediatamente os reajustes dos planos para 8,14%. Se não formos atendidos, vamos entrar na Justiça contra a ANS. Há reajustes de 113%. Uma empresa não pode reajustar sem comprovar os motivos do reajuste”, afirma.
Entrevistado pelo jornalistas Ludmilla Pizarro e Ricardo Galuppo , Capez afirmou que número de reclamações no Procon-SP apresentou crescimento em 2020. De acordo com o colunista, as vendas online lideraram o ranking de insatisfação dos brasileiros.
Segundo a entidade, a quantidade de queixas saltou de 30 mil para 300 mil entre 2019 e 2020. Mesmo com o crescimento da demanda, o diretor ressaltou a redução do tempo para a resolução de reclamações.
“Em 2019 tivemos 30 mil reclamações sobre comércio online, ano passado nós tivemos mais 300 mil reclamações. O tempo de espera para resolução era de 47 dias, e conseguimos reduzir para 23 dias. Há casos que tivemos resolução em 3 dias”, afirma.
“Atraso na entrega do produto. As empresas não estavam preparadas para o crescimento súbito de demanda. Discussões em relação ao preço. Produto que chega estragado, danificado, extraviado”, completa, apresentando a lista de maiores reclamações dos consumidores.
Fernando Capez lembrou que 2020 foi o pior ano para as empresas. Além do aumento de reclamações, vários estabelecimentos entraram em crise e precisaram renegociar com fornecedores para se manterem abertas.
“O coronavírus foi um evento imprevisível, o que a lei chama de força maior, que alterou todas as relações contratuais entre fornecedores. Se seguíssemos todas as legislações, teríamos quebrados todas as empresas”, analisa.
O especialista em defesa do consumidor alertou para o aumento de golpes em compras online . A orientação, nesses casos, é verificar o CNPJ e o endereço físico da empresa .
“Você compra de uma empresa que não existe, uma empresa fantasma. Uma empresa comprava uma televisão em uma loja de shopping com o mesmo valor do consumidor final. Eles revendiam pela metade do preço. Eles compravam uma TV por 12 mil e divulgavam por 6 mil”, explica o diretor do Procon-SP. “
“Os consumidores podem entrar no site do Procon e conferir a lista de empresas existentes e falhas em relação ao consumidor”, lembra.
Na live, Capez explicou sobre os recursos do Procon-SP, os direitos do consumidor em estabelecimentos e as investigações do vazamento de 223 milhões de CPF’s . Confira a entrevista completa.