O Banco Central (BC) vê uma possibilidade de “reversão temporária” da retomada na atividade econômica 2021, a depender do cenário da pandemia do coronavírus e do efeito do fim do auxílio emergencial na economia. A informação consta na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira (26).
Esse cenário foi considerado durante a reunião que decidiu por manter a taxa básica de juros, a Selic , em 2% . Na avaliação do Copom, que reúne os diretores e o presidente do BC, a economia no fim de 2020 surpreendeu, mas há ainda muita incerteza sobre o comportamento da atividade econômica, principalmente no primeiro trimestre.
“O Comitê ponderou que os riscos associados tanto à evolução da pandemia como ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais podem implicar um cenário doméstico caracterizado por mais gradualismo ou até uma reversão temporária da retomada econômica”, aponta o relatório.
Além desses fatores, o Copom também ressaltou a falta de previsibilidade para o “necessário ajuste” nos gastos públicos em 2021.
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A avaliação de uma possível queda no crescimento da economia é compartilhada por alguns economistas do mercado financeiro. Depois do resultado da prévia do PIB de crescimento de 0,6% em novembro, uma retração na economia já em janeiro entrou no cenário desses analistas.
No cenário externo, a avaliação do Comitê é que o surgimento de novas variantes do vírus e um processo de reflação (aumento dos preços por conta da retomada econômica) nos Estados Unidos trazem riscos para países emergentes.
No entanto, também destaca que “amplos programas de imunização” contra a Covid-19 ao redor do mundo, estímulos fiscais e juros baixos em alguns países desenvolvidos contribuem para o ambiente econômico de economias emergentes como a do Brasil.