A crise econômica da Covid-19 custou aos trabalhadores em todo o mundo 3,7 trilhões de dólares perdidos, o que equivaleria a mais de 20 trilhões de reais, de acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a agência multilateral da ONU, especializada nas questões do trabalho. Isso porque, segundo os dados levantados, o ano de 2020 teve cerca de 9% de horas de trabalho a menos que em 2019.
Esse impacto é, aproximadamente, quatro vezes maior que o sofrido pelos trabalhadores nas crises de 2008 e 2009.
De acordo com a OIT, as mulheres e os trabalhadores mais jovens sofreram o impacto da perda de empregos e da redução de horas. O organismo também alertou que as pessoas nos setores mais afetados pela crise - como hotelaria e varejo - correm o risco de ficar para trás quando a economia se recuperar.
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De acordo com o órgão, os níveis de desigualdade social correm o risco de aumentar ao ponto de se tornarem uma característica definidora da recuperação econômica da Covid-19. A agência disse que os governos em todo o mundo precisam tomar medidas urgentes para apoiar as populações mais frágeis, econômica e socialmente.
Recortes da crise
A crise no mercado de trabalho afetou mais as mulheres que os homens. O novo relatório mostrou que, além das trabalhadoras serem mais propensas a perder o emprego, elas têm mais dificuldade de se recolocar no merecado de trabalho. O estudo também mostrou que os jovens sofreram o impacto da pandemia intensamente, tanto na saída da força de trabalho quanto no atraso pela busca do primeiro emprego.
A OIT disse que a implementação gradual da vacina de Covid-19 pelo mundo é um horizonte de melhora no mercado de trabalho. No entanto, a agência afirmou que a contínua crise econômica levará a uma perda de 3% das horas de trabalho em 2021 no mundo inteiro em comparação com o final de 2019. Essa queda é equivalente a 90 milhões de empregos em tempo integral.