Após saída de presidente, governo defende privatização da Eletrobras
Wilson Ferreira Junior deixará o cargo em março, e seu substituto ainda não foi anunciado
O ministério de Minas e Energia divulgou, nesta segunda-feira (25), uma nota na qual defende a privatização da Eletrobras
. O texto foi distribuído depois que o presidente da estatal, Wilson Ferreira Junior, renunciou ao seu cargo
.
Ferreira Junior alegou questões pessoais para deixar o posto, mas a saída dele levantou dúvidas sobre o plano de privatização da estatal, que o governo chama de “capitalização”.
“O governo federal entende que a capitalização da Eletrobras é essencial e necessária para a recuperação de sua capacidade de investimento”, diz a nota do ministério.
O processo de privatização proposto pelo governo prevê a capitalização da empresa de forma a diluir o controle da União sobre a empresa. É uma forma de arrecadar recursos tanto para o governo quanto para a própria companhia investir.
“Com a capitalização, a Eletrobras se tornará uma corporação brasileira de classe mundial, com capital pulverizado, focada em geração, comercialização e transmissão de energia elétrica, tornando-se uma das maiores empresas de geração renovável do mundo”, acrescenta a nota.
A privatização da estatal foi proposta inicialmente em 2017, ainda durante a gestão do ex-presidente Michel Temer , e foi mantida pelo governo Jair Bolsonaro . Mesmo assim, o projeto enviado ao Congresso não avançou por forte resistências políticas dos parlamentares, incluindo aliados do governo.
Ferreira deixará a empresa em março, mas seu substituto ainda não foi escolhido. A renúncia vem após candidatos à presidência da Câmara e do Senado sinalizarem que privatização da empresa não será prioridade neste ano. O executivo vinha dizendo a pessoas próximas que deixaria a empresa se percebesse que o governo não encamparia mais a venda da estatal .
Na nota, o ministério agradeceu os trabalhos feitos por Ferreira Junior. “Durante os quatro anos e meio em que presidiu a empresa, Wilson liderou um processo de melhoria da eficiência operacional, a qual será mantida. Desta forma, será dado prosseguimento às ações de redução de custos e de aprimoramento da estratégia de sustentabilidade da Eletrobras”, diz o texto.
Segundo o ministério, Ferreira Junior permanecerá como membro do Conselho de Administração
da estatatal. “O Ministério de Minas e Energia reafirma seu compromisso para tornar a Eletrobras mais forte, mais eficiente e mais competitiva, contribuindo, desta forma, para fomentar o desenvolvimento do setor elétrico e proporcionar maiores investimentos, gerando emprego e renda para a população brasileira, com menores custos para o consumidor de energia”.