Em dia de posse nos EUA, dólar recua 0,61%
O Dia
Em dia de posse nos EUA, dólar recua 0,61%

No dia da posse do novo presidente dos Estados Unidos , o dólar comercial fechou em queda no Brasil. A bolsa brasileira foi na contramão do exterior e fechou em queda.

A moeda americana encerrou a sessão negociada a R$ 5,31, uma desvalorização de 0,61% . Na mínima, desceu até R$ 5,28 e na máxima subiu a R$ 5,35.

Já no mercado de ações, o otimismo nos EUA não foi suficiente para manter o Ibovespa em alta, o índice de referência da Bolsa de São Paulo, a B3.

A Bolsa começou o dia em alta, mas inverteu o sinal nesta tarde. O Ibovespa caiu 0,82% aos 119.646 pontos .

"A bolsa brasileira foi na contramão dos pregões internacionais. O atraso na vacinação do país trouxe a preocupação de que a economia demore mais a se recuperar. Além disso, a questão fiscal também está presente, já que com a economia mais fraca o governo pode razer de volta o auxílio emergencial", disse Stefany Oliveira, analista de investimentos da Toro.

No cenário doméstico, os investidores operaram na expectativa da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa de juros no Brasil, que se manteve em 2% ao ano

Segundo operadores, o câmbio seguiu o clima mais positivo no exterior. O dólar se desvalorizou em relação a várias moedas no mundo diante do plano de estímulos de Biden, que deve mantar juros baixos nos EUA.

Além do real, outras moedas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano, também se valorizaram frente à divisa americana.

De acordo com relatório dos analistas do Bradesco, a expectativa de investidores é que o presidente Joe Biden apresente ao Congresso, ainda nos primeiros dias de governo, sua proposta para um pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão , num momento em que a economia americana dá sinais de perda de vigor.

Embora se esperem modificações pelo Congresso no pacote, novos estímulos financeiros nos EUA significam mais liquidez na maior economia do mundo, que pode migrar para mercados emergentes, como o Brasil. E a entrada de dólares tende a derrubar o preço da divisa americana.

"O otimismo dos investidores com Joe Biden deu um tom notadamente positivo aos negócios. A expectativa de mais estímulos fiscais, deixou o investidor mais ávido por risco", escreveram em relatório os analistas da Correparti corretora de câmbio.

Nos EUA, os índices acionários fecharam em alta: o S&P 500 subiu 1,39%; o Dow Jones avançou 0,83% e o Nasdaq teve ganho de 1,97%.

Na Europa, as principais bolsas fecharam no azul. Paris subiu 0,53%, Frankfurt avançou 0,77% e a bolsa de Londres teve ganho de 0,41%.

Dia de Copom

As ações com mais peso no Ibovespa fecharam no vermelho. As ON da Petrobras (ordinárias, com direito a voto) caíram 1,68%, enquanto as PN (preferenciais, sem direito a voto) perderam 1,53%.

Entre os bancos, as PN do Itaú recuaram 1,65% e as PN do Bradesco perderam 1,70%.

As ações ON da Vale recuaram 1,71%.

Os investidores também aguardaram a sinalização do Banco Central sobre os rumos da Selic, que está no menor patamar histórico, a 2% ao ano.

"A novidade esperada é a retirada do “forward guidance”, um indicativo de mais longo prazo da direção dos juros", escreveram os analistas da Levante Ideias de Investimentos.

O Boletim Focus indica que a Selic encerre 2021 a 3,25% ao ano. Também seguem no radar do mercado as eleições para a presidência da Câmara e no Senado e os riscos de pressão por mais gastos públicos para estimular a economia.

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