A decisão do Banco do Brasil de fechar agências em todo o país e abrir um programa de demissão voluntária para cortar custos da empresa estatal não agradou o presidente Jair Bolsonaro. Segundo fontes, ele se queixa de não ter sido informado sobre as medidas, aprovadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Bolsonaro teria recebido queixas de prefeitos sobre o fechamento de agências em suas cidades, o que teria evidenciado mais uma vez o descompasso entre uma agenda econômica liberal - que inclui gestão profissionalizada e privatização de estatais - e a articulação política do presidente.
Cada vez mais próximo do centrão, ele trabalha pela eleição do deputado Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara dos Deputados . Esse descompasso, no entanto, vem de longe.
Confira abaixo a cronologia de mais esta crise
Rubem Novaes deixa o cargo:
- Presidente do BB desde o início do governo, Rubem Novaes deixa o cargo em julho. Ele relatou frustração por não conseguir privatizar o banco .
André Brandão assume presidência:
- Ex-executivo do HSBC, André Brandão é indicado em agosto e toma posse em setembro. O processo ocorreu após o governo tentar solução interna para a sucessão.
Ações do novo presidente começam a irritar governo:
- Em novembro, o GLOBO revelou que mudanças na cúpula da instituição irritaram integrantes do governo. Foi iniciado um processo de fritura.
Demissões e fechamento de agências:
- Na última segunda, BB anunciou ações para enxugar o banco que incluem um plano de demissão voluntário e fechamento de 361 unidades, incluindo agências.
Bolsonaro decide demitir executivo:
- Plano de demissões e fechamento de agências irrita presidente Jair Bolsonaro, que decide demitir Brandão. Equipe econômica teme efeito no mercado.