A nota de R$ 200
teve demanda abaixo da esperada, fazendo com que o Banco Central
(BC) colocasse apenas 57,3 milhões de unidades em criculação, de acordo com informações da agência Folhapress.
O montante equivale a 12,7% do total de cédulas programado (450 milhões) para ser fabricado no ano passado. Até esta segunda-feira (11), as notas com a estampa do lobo-guará
que entraram em circulação equivalem a R$ 11,4 bilhões - contra os R$ 90 bilhões esperados.
Desde setembro passado, quando a nota de R$ 200 foi lançada pelo BC , a prioridade foi a emissão de cédulas de R$ 100. De agosto para cá, mais de 150 milhões de unidades entraram em circulação.
A demanda observada pelo BC foi, na verdade, menor do que a esperada. Quando foi criada, a nota de R$ 200 surgiu sob a justificativa de um aumento de demanda por papel-moeda, sobretudo impulsionado pelo auxílio emergencial . Além disso, o aumento do entesouramento (quando o dinheiro em papel não circula na economia) foi expressivo no início da pandemia de Covid-19 .
Na prática, a demanda foi mais baixa que a esperada. "O BC sempre faz uma projeção para o ano de acordo com a demanda atual e ajusta a demanda ao longo do ano. Acredito que, como vivemos uma situação atípica, é melhor contratar a mais que ser pego de surpresa", afirma Mauro Rochlin, economista da FGV, à Folhapress. O BC contrata a Casa da Moeda para fabricar as notas, mas isso só acontece se houver a demanda necessária.
"Talvez a medida tenha sido acertada, mas houve erro no cálculo. Na pandemia, embora tenha crescido a demanda por papel-moeda, aumentou muito o uso de aplicativos e de transações digitais", completou o especialista.
Além disso, a chegada do Pix
também pode ter sido um fator que influenciou para mais pessoas usarem as transações digitais
em detrimento de papel-moeda. Em nota à Folhapress, o BC disse que o ritmo de uso da nota de R$ 200
"vem evoluindo em linha com o esperado, e deverá seguir em emissões ao longo dos próximos exercícios".