O Índice de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA
), conhecido como a inflação
oficial do Brasil, fechou o ano de 2020 em 4,52%, maior alta desde 2016, quando a inflação foi de 6,29%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação ficou acima do centro da meta do governo para 2020, que foi de 4%. Apesar disso, o resulto está dentro da margem de tolerância, que era entre 2,5% e 5,5%.
Em dezembro de 2020, a inflação subiu para 1,35% - em novembro, a taxa havia sido de 0,89%. Essa foi a maior variação mensal desde fevereiro de 2003.
Alimentação e habitação mais caras
Um dos grupos que puxou o IPCA para cima foi o de alimentação
. Em 2020, alimentos e bebidas tiveram alta de 14,09%, o maior crescimento desde 2002 (19,47%). Isso se deve, sobretudo, pela demanda por esses produtos, impulsionada pelo Auxílio Emergencial
, pela alta do dólar e dos preços de commodities no mercado internacional, explica Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IBGE.
Além da alimentação, a inflação também foi puxada pela habitação. Nesse grupo, o aumento de 9,14% da energia elétrica influenciou bastante, mas eletrodomésticos e artigos de TV, som e informática também tiveram aumento de preço, sobretudo por conta da alta do dólar.
Juntos, alimentação e bebidas, habitação e artigos de residência representaram quase 84% da inflação de 2020. Outro grupo que também influenciou na alta, o de transportes, fechou o ano em 1,03%.
O único grupo que teve variação negativa foi o de vestuário. "Por conta do isolamento social, as pessoas ficaram mais em casa, o que pode ter diminuído a demanda por roupas. Tivemos quedas em roupas femininas (-4,09%), masculinas (-0,25%) e infantis (-0,13%), calçados e acessórios (-2,14%). A única exceção foram joias e bijuterias (15,48%), por causa da alta do ouro”, explica Pedro.