O presidente Jair Bolsonaro
enviou ao Senado nesta quinta-feira (17) uma nova leva de pedidos de autorização para que o governo brasileiro possa tomar empréstimo com bancos de fomento internacionais, em modelos similares às operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nesta quinta, Bolsonaro pediu aval do Congresso para uma operação de US$ 1 bilhão do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), além de US$ 200 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Os pedidos de empréstimos internacionais feitos por Bolsonaro buscam recursos no exterior para financiar despesas acumuladas no combate à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). O esforço pelos recursos dos bancos estrangeiros é liderado pelo Ministério da Economia.
"As operações de crédito externo reembolsarão a União das despesas já realizadas nos programas [Bolsa Família, no caso do BIRD, e Programa Emergencial de Acesso a Crédito, no caso do BID] e seus recursos serão destinados ao pagamento da dívida pública federal", diz em nota a Secretaria-Geral da Presidência.
Os recursos, portanto, já teriam destino, segundo o governo federal. O empréstimo de maior valor seria usado para pagar o Bolsa Família , enquanto o tomado junto ao BID, de US$ 200 milhões, contribuiria para o financiamento da ajuda dada a pequenas e médias empresas pela Economia e o BNDES na pandemia da Covid-19.
Os pedidos de empréstimo desta quinta-feira não são novidade. Ainda nesta semana, o Senado já havia aprovado o pedido do governo Bolsonaro de cerca de R$ 13 bilhões a agências de desenvolvimento e bancos internacionais. Os senadores garantiram, por exemplo, empréstimo de US$ 1 bilhão do Novo Banco de Desenvolvimento, o chamado Banco dos Brics, para o programa emergencial de apoio à populações vulneráveis afetadas pela Covid-19.
Desde os primeiros meses da pandemia, de acordo com a Folha de S.Paulo , uma força-tarefa ordenada pelo Ministério da Economia faz um pente-fino sobre as operações de crédito possíveis e disponibilizadas no enfrentamento à pandemia. O objetivo é aproveitar ao máximo as ações internacionais diretas na área da saúde ou que busquem minimizar os impactos econômicos da pandemia.