Guedes: se houver 2ª onda de Covid-19, Governo trabalhará da mesma forma
Para enfrentar a pandemia, o governo adotou o chamado Orçamento de Guerra; estado de calamidade pública acaba no dia 31 de dezembro
Por Agência O Globo |
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira (29), que se o Brasil enfrentar uma segunda onda de contaminações pela Covid-19, como está acontecendo na Europa, o governo vai trabalhar "da mesma forma" que na primeira onda de infecções.
Para enfrentar o novo coronavírus (Sars-CoV-2), o governo adotou o chamado Orçamento de Guerra, aprovado pelo Congresso, que tirou uma série de regras para os gastos públicos. Isso permitiu o lançamento de programas como o auxílio emergencial, créditos mais barato e programas de manutenção de empregos. O resultado será um rombo de quase R$ 900 bilhões neste ano e uma dívida próxima a 100% do PIB.
O estado de calamidade pública que permitiu todos esses gastos encerra em 31 de dezembro. Mas integrantes do Congresso já discutem, internamente, a possível prorrogação desse período.
"Se vier uma segunda onda, vamos trabalhar da mesma forma, tão decisiva quanto a primeira. Vamos ter que reagir, vamos corrigir erros ou excessos que tenhamos cometido no primeiro enfrentamento. Mas eu confio na democracia brasileira", disse Guedes, em audiência no Congresso Nacional.
Guedes disse que o governo vai encontrar recursos para fazer uma "economia de guerra". Mas ele avalia que, no Brasil, a doença está "descendo".
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"Não tenha dúvida, daremos uma resposta igualmente decisiva e encontraremos os recursos. Entraremos numa economia de guerra, mas não é o plano A. Não é o que vemos no momento. O que vemos no momento é a doença descendo, a economia voltando, o auxílio emergencial aterrissando", considerou.
Para Guedes, por outro lado, só haverá tranquilidade quando houver vacina.
"Realmente, de fato, a doença está perdendo força. Mas a solução só virá quando tivermos a vacina. Nós só estaremos livres desse pesadelo quando a vacina surgir. Enquanto isso, nós continuamos vulneráveis e ameaçados", disse.
O ministro disse ter proposto, inicialmente, o auxílio emergencial a R$ 200 por "prudência", sob a visão de que a crise poderia durar anos. Foi o Congresso que elevou o valor para R$ 600.
Guedes ainda voltou a defender que o governo deverá retomar o Bolsa Família se não conseguir criar um programa de renda fiscalmente responsável.
Ele repetiu não ser favorável a irresponsabilidades fiscais para viabilizar um programa mais robusto e disse que seria preciso trocar a base de beneficiários de indivíduos para famílias, a exemplo do Bolsa Família.