Guedes chama privatização do SUS de "insanidade" e diz que sequer foi cogitada
Ministro defendeu que houve uma interpretação equivocada do decreto e afirmou que pandemia escancarou importância do SUS
Por Brasil Econômico |
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (29) que a privatização do Sistema Único de Saúde (SUS), ventilada após ele e o presidente Jair Bolsonaro assinarem decreto que incluía as Unidades Básicas de Saúde (UBS) em projeto de concessões e privatizações do governo federal
, nunca esteve em análise e seria uma insanidade.
Para Guedes , houve uma interpretação equivocada do decreto, que foi revogado por Bolsonaro na tarde desta quarta após forte reação contrária no Congresso, nas redes sociais e entre especialistas e secretários de Saúde. O presidente já falou, inclusive, em reeditar o decreto, que seria melhor explicado pelo governo.
O decreto publicado nesta terça, que repercutiu e foi revogado na quarta, permitia estudos para parcerias público-privadas para construção e administração de UBS, a 'porta de entrada' do SUS. Essas concessões, que não foram explicadas pelo governo, foram encaradas como a abertura de porta para uma privatização do SUS .
Guedes, porém, garante que isso sequer foi cogitado e lembra que a pandemia escancarou a importância do sistema público de saúde para o Brasil. "O SUS mostrou a decisiva importância de se ter um sistema descentralizado de atendimento de saúde. E isso ficou claro durante a crise. Seria um contrassenso falar em privatizar o SUS . Eu garanto que jamais esteve sobre análise a privatização do SUS. Isso seria uma insanidade", afirmou o ministro.
Por outro lado, ele defendeu a ideia de trabalhar em parceria com a iniciativa privada para retomar obras paralisadas por falta de verba, ativando cerca de 4 mil UBSs que hoje não atendem ninguém. O decreto, segundo Guedes, liberaria estudos para que o setor privado pudesse assumir essas obras e comprar equipamentos e então o governo pagaria as consultas por meio de um voucher.