Nesta sexta-feira (2), o dólar fechou em alta, alcançando uma valorização de 2,07% nos últimos cinco dias. Esta é a quarta semana seguida de ganhos, subindo 41,3% no ano. A moeda encerrou a semana na cotação de R$ 5,6704 , com alta de 0,29%. Essa é a marca mais alta desde a registrada em 20 de maio.
Chegando a atingir o valor de R$ 5,69, o dólar foi influenciada pela política exterior, uma vez que Donald Trump confirmou ter testado positivo para o coronavírus, aumentando as dúvidas acerca das eleições estadunidenses.
Quanto aos fatores internos, a incerteza em relação ao financiamento do novo programa social proposto pelo governo tem influenciado o câmbio. Hoje, após desavenças entre o ministro da Economia, Paulo Guedes , e o do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho , o valor da moeda sofreu novos impactos negativos.
O episódio em questão ocorreu hoje, quando, em call com o mercado, Marinho disse, de acordo com fontes do serviço Broadcast, do jornal "O Estado de S. Paulo", que o projeto do Renda Cidadã sairá "por bem ou por mal", e chegou a criticar Guedes. O ministro da Economia, após ouvir os relatos disse que Marinho é “desleal”.
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Após a repercussão negativa sobre o financiamento do novo programa social de Jair Bolsonaro , o governo voltou atrás sobre o uso de precatórios, entretanto, sem nenhum novo detalhe foi concedido, foi gerado um ambiente de dúvida no qual o real dificilmente será valorizado.
O Itaú Unibanco , entretanto, segue com a projeção de que, até o fim do ano, o dólar chegue a R$5,25. Com um cenário mais certo em fiscalmente e uma política estrangeiro menos conturbada, somados à recuperação das principais economias no e um balanço de pagamentos já ajustado, o real deve se valorizar no último trimestre do ano.
Num cenário de crescimento do PIB em 2021, é possível que o real se aprecie e o dólar baixe a R$4,50 no final do ano que vem, de acordo com previsão do Itaú.
Porém, é necessário ressaltar o alerta do banco de que, "caso haja uma deterioração fiscal significativa, que resulte numa saída mais forte de capitais, o real deve se depreciar mais do que no nosso cenário."