Bolsonaro associa auxílio a comunistas e diz que ele não pode ser para sempre

Presidente classificou responsabilidade fiscal e o respeito ao teto como "trilhos da economia"

Jair Bolsonaro em anúncio do Renda Cidadã, programa que substituirá o Bolsa Família, nesta segunda
Foto: Alan Santos/PR - 29.9.2020
Jair Bolsonaro em anúncio do Renda Cidadã, programa que substituirá o Bolsa Família, nesta segunda

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (29) que o  auxílio emergencial não pode durar para sempre, para a infelicidade dos "demagogos e comunistas". Ele também classificou a responsabilidade fiscal e o respeito ao teto como "trilhos da economia".

"O Auxílio Emergencial, infelizmente para os demagogos e comunistas, não pode ser para sempre", postou Bolsonaro  em seu Twitter.

Em defesa do  Renda Cidadã e das políticas do governo no combate à crise provocada pela pandemia, o presidente defendeu que a nova ação assistencial não é "eleitoreira" e que ele não está pensando na eleição presidencial de 2022, mas em 2021, quando "milhões de brasileiros que perderam seus empregos ou rendas deixarão de receber o auxílio emergencial ".

"O meu governo busca se antecipar aos graves problemas sociais que podem surgir em 2021, caso nada se faça para atender a essa massa que tudo, ou quase tudo, perdeu", acrescentou.

A declaração ocorre um dia após o presidente se reunir com líderes do Congresso e integrantes da equipe econômica do governo, entre eles o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir o Renda Cidadã , projeto que deve substituir o Bolsa Família.

Na ocasião, o senador Marcio Bittar (MDB-AC), relator da proposta do pacto federativo, afirmou que o novo programa social será financiado com parte dos recursos que estavam reservados para o pagamento de precatórios e novas verbas do Fundeb .

O plano de usar esses recursos para financiar o programa, no entanto, não foi bem recebido. No mercado financeiro, até o termo "pedalada" foi usado, em alusão às manobras fiscais do governo de Dilma Rousseff (PT) . Já os especialistas em contas públicas criticaram bancar um programa social com recursos de pagamento de dívidas já reconhecidas.