Em 2015, o funcionário da Latam, José Roberto dos Santos, sofreu ofensas racistas no ambiente de trabalho por um colega. Após denunciar o caso, o profissional foi demitido. Agora, o crime veio à tona no Twitter, já que nesta semana um funcionário da Latam sofreu homofobia durante o trabalho.
José Roberto dos Santos contou à digital influencer Fatou Ndiaye sobre o racismo que sofreu e pediu que ela divulgasse seu relato no Twitter. Nesta quinta (17), o post está viralizando na rede social.
Em 2016, Santos deu entrevista ao site Alma Preta. Ele contou ao portal que trabalhava como operador de cargas quando foi xingado de "preto safado" por um motorista da Latam. Mas não foi a primeira vez que ele foi assediado no trabalho: em 2012, ele foi chamado de "macaco" por colegas.
O profissional, na época, entrou em contato com o Centro de Referência em Direitos Humanos na Prevenção e Combate ao Racismo (CRDHPCR) para denunciar a situação. O caso foi parar no Ministério do Trabalho.
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Pelo Ministério do Trabalho, três audiências foram feitas para se tentar uma conciliação do caso. Contrariando a proposição da Justiça, a Latam alegou não ter interesse institucional em adotar medidas antirracistas e ofereceu um serviço pago de atendimento psicológico para o funcionário. O código de conduta sugerido foi negado pela defesa por não se colocar contrário de modo direto ao crime de racismo.
Em seguida, enquanto o processo ainda corria, Santos foi demitido, em 2016. “A minha advogada disse, pela experiência que tinha, que a Latam não ia me demitir durante o processo, mas assim que passasse a fase do julgado, iam aproveitar o momento de crise e me demitir para não dar muito na cara que foi por conta do processo”, disse ele ao portal Alma Preta. É como se a Latam usasse a desculpa de corte financeiro de empregados para demití-lo.
Santos relata que até hoje não conseguiu retornar ao mercado aeroviário. Atualmente, ele trabalha como porteiro. "Você fica marcado como se você fosse o problema", disse ele no relato publicado no Twitter de Fatou.
Outros influenciadores compartilharam o caso, pressionando a Latam a responder e se posicionar sobre o racismo na empresa, aos consumidores e ao ex-funcionário.
Em nota, a Latam alega que a demissão do funcionário não está relacionada com a denúncia de racismo. "A LATAM Airlines permanece à disposição para prestar os devidos esclarecimentos às autoridades e informa que o desligamento do ex-colaborador, ocorrido em 2016, não teve nenhuma relação com a denúncia de racismo ou com qualquer outra ação discriminatória", informou a empresa.
Confira as repercussões do caso de racismo da Latam no Twitter: