Bolsonaro que decide, diz Guedes após críticas ao Renda Brasil
Renda Brasil de Guedes foi criticado pelo presidente nesta quarta (26); 'A economia é o o papel de mau e a política faz o papel do bem', disse Guedes
Por Brasil Econômico |
O minstro da economia, Paulo Guedes, respondeu às críticas do presidente Jair Bolsonaro à sua proposta para o Renda Brasil. Na tarde desta quarta (26), Guedes falou ao blog da jornalista Cristiana Lôbo, do G1 e disse que "É assim mesmo. Ele é o presidente e é quem decide", em referência a Bolsonaro.
Guedes afirmou ao G1 que caberá à equipe do governo apresentar "o cardápio" de programas que podem ser unificados ao atual Bolsa Família.
O ministro da economia queria extinguir programas sociais para fechar o orçamento para o pagamento do auxílio emergencial na transição até a criação do Renda Brasil. Guedes demonstrou tranquilidade e disposição para atender às exigências do presidente durante a entrevista ao portal.
"Está tudo equacionado. Não tem truque e nem fura-teto. Tudo será feito com total transparência", disse Guedes. "As coisas são assim mesmo: a economia é o cara que faz o papel de mau, e a política é o cara que faz o papel do bem".
Para Guedes, Bolsonaro "é um animal político, muito intuitivo" e, por isso, vê as consequências e dificuldades em ter um programa que paga R$ 600 para 64 milhões de pessoas e depois ter de reduzir esse valor para R$ 250. "É natural que ele diga que a solução está errada", disse o ministro.
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"O fato é que nossa proposta será de um programa sustentável", disse o ministro sobre o dinheiro usado no Renda Brasil.
Mas o mercado financeiro reagiu mal às declarações do presidente Bolsonaro em Minas Gerais, e o efeito foi a queda da bolsa e alta do dólar.
Bolsonaro fará novas reuniões com ministros e assessores para decidir o valor e a composição do programa de auxílio financeiro em programas sociais. O valor a ser fixado nesse período de transição, de setembro a dezembro, deve ser o mesmo a ser pago pelo Renda Brasil – o novo Bolsa Família a partir de 2021.
O presidente Bolsonaro também deve decidir qual será o público-alvo dos dois períodos. Atualmente, o auxílio emergencial de R$ 600 é pago a 64 milhões de brasileiros e o Bolsa Família, a 14 milhões de famílias.
O presidente terá de delinear também qual o público-alvo do programa de transição, que atualmente beneficia 64 milhões de pessoas no a uxílio emergencial, e qual será o público-alvo do Renda Brasil — se serão mantidas as 14 milhões de famílias ou se vai ampliar para mais brasileiros. A ideia inicial é incorporar pelo menos mais 10 milhões de pessoas.