Governo prevê que PIB deve encolher "de 8% a 10%" no segundo trimestre
Resultado será divulgado no dia 1º de setembro pelo IBGE; expectativa para o ano segue de queda de 4,7%
Por Agência O Globo |
A economia brasileira deve registrar queda de 8% a 10% no segundo trimestre, segundo projeções divulgadas nesta terça-feira (18) pelo Ministério da Economia. Os dados refletem o reflexo da crise do novo coronavírus (Sars-Cov-2) sobre o Produto Interno Bruto (PIB).
No primeiro trimestre, o recuo no PIB foi de 1,5% e foi impactado apenas pelos efeitos iniciais da pandemia, principalmente sobre o setor de serviços e o consumo das famílias. O IBGE divulga o resultado do PIB para o segundo trimestre no dia 1º de setembro.
"A evolução do PIB no primeiro semestre de 2020 reflete a crise causada pela interrupção do comércio e das atividades normais da sociedade. No primeiro trimestre, muitas das grandes economias registraram quedas expressivas do produto trimestral, mas inferiores a 10%. No segundo trimestre, as quedas foram ainda mais impactantes com muitos países registrando valores acima de 10%. O PIB brasileiro teve queda de 1,5% nos primeiros três meses de 2020 e projeta-se contração em torno de 8 a 10% no segundo trimestre, em comparação ao trimestre imediatamente anterior", diz trecho do estudo, elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE).
Em julho, a pasta já havia projetado que o PIB recuaria 9,3% no segundo trimestre, em relação aos três meses anteriores. A projeção do governo para o resultado da economia em 2020 é de queda de 4,7%, mais otimista que a de analistas do mercado, que esperam retração de 5,52%, de acordo com o mais recente Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central .
Defesa de 'responsabilidade fiscal'
No documento, a SPE também atualizou dados sobre os gastos públicos para conter a pandemia do novo coronavírus no país. De acordo com o relatório, as despesas somam, até agora, R$ 505,4 bilhões, o que deve levar o país a fechar o ano com um déficit fiscal de cerca de R$ 800 bilhões, equivalente a 11% do PIB.
No momento em que a equipe econômica é pressionada a liberar mais recursos, o estudo defende a responsabilidade fiscal, apesar dos gastos emergenciais.
"Apesar do expressivo esforço fiscal deste ano, o governo federal mantém sua diretriz de responsabilidade fiscal e tanto mercado como governo antecipam esta postura em suas projeções", pontua o relatório.