Auxílio emergencial: PF investiga servidores públicos e políticos por fraude
Se a investigação achar indícios de fraudes e os valores ainda não tiverem sido devolvidos, os beneficiários responderão por estelionato qualificado
Por Brasil Econômico |
Depois da parceria feita entre Receita Federal e Ministério da Cidadania para coibir as fraudes no auxílio emergencial, a Polícia Federal iniciou uma força-tarefa para investigar recebimentos suspeitos do auxílio por servidores e políticos em 44 municípios do interior do estado de São Paulo.
A PF observa, na operação, os dados cadastrados no programa do auxílio emergencial com as informações do poder público. Prefeituras do interior de SP deverão apresentar relatórios com CPFs e informações de servidores públicos da ativa e aposentados, agentes políticos, ocupantes de cargos de confiança e funcionários temporários, além de seus familiares.
Se a PF achar indícios de fraudes e os valores do auxílio não tiverem ainda sido devolvidos, os beneficiários serão intimados a prestar esclarecimentos e poderão responder pelo crime de estelionato qualificado.
Depois dessa etapa, a PF deve estender as investigações na região em uma segunda fase sobre outros possíveis recebimentos indevidos de benefícios que teriam sido pedidos por servidores públicos federais, estaduais, empresários, autônomos e profissionais liberais da região.
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O Tribunal de Contas da União tem levantado o tema das fraudes no auxílio há meses. Além disso, as falhas na poupança digital da Caixa Econômica Federal – no aplicativo Caixa Tem – têm facilitado o cenário para criminosos enganarem os beneficiários com e-mails falsos sugerindo a resolução dos problemas do app e, ao clicar, a vítima tem dados e o valor na conta roubado.
Também a Controladoria-Geral da União (CGU) apontou mais de 160 mil possíveis fraudes no auxílio emergencial . Entre os criminosos havia proprietários de veículos que custam acima de R$ 60 mil, donos de embarcações e pessoas que doaram mais de R$ 10 mil nas últimas eleições.
O auxílio de R$ 600 do governo federal foi desenhado para ajudar trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados que perderam a principal fonte de renda diante da crise causada pela pandemia de Covid-19.