Em busca de atender aos desejos de investidores que ameaçam deixar o Brasil, ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central (BC) se uniram para assinar uma carta defendendo uma retomada econômica atenta ao meio ambiente e o objetivo de desmatamento zero na Amazônia e no Cerrado.
A divulgação da carta veio após pressões de investidores internacionais e de empresários brasileiros que pediram um combate mais efetivo ao desmatamento pelo governo brasileiro.
A carta foi assinada pelos ex-ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, Gustavo Krause, Henrique Meirelles, Joaquim Levy, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Maílson da Nóbrega, Marcílio Moreira, Nelson Barbosa, Pedro Malan, Rubens Ricupero e Zélia Cardoso de Mello.
Entre os ex-presidentes do BC, Alexandre Tombini, Armínio Fraga, Gustavo Loyola, Ilan Goldfajn e Persio Arida assinaram a carta. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso , que foi ministro da Fazenda, também apoiou a manifestação.
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Na carta, esses nomes alertam que os custos de “descuidar” do meio ambiente podem ser ainda maiores do que os da atual pandemia do novo coronavírus .
"Os efeitos de longo-prazo da pandemia serão severos, inclusive devido ao contexto fiscal ainda mais desafiador. Superar a crise exige convergirmos em torno de uma agenda que nos possibilite retomar as atividades econômicas, endereçar os problemas sociais e, simultaneamente, construir uma economia mais resiliente ao lidar com os riscos climáticos e suas implicações para o Brasil", diz o texto.
Os assinantes da carta ainda destacam que a retomada econômica oferece oportunidade para promover uma economia "de baixo carbono e sustentável". Eles também destacam que o Brasil tem vantagens no campo da matriz energética, por exemplo, com "abundante radiação solar", além de recursos hídricos e florestas.
"Por isso, nós, ex-Ministros da Fazenda e ex-Presidentes do Banco Central do Brasil, subscrevemos este documento e defendemos que critérios de redução das emissões e do estoque de gases de efeito estufa na atmosfera, e de resiliência aos impactos da mudança do clima sejam integrados à gestão da política econômica".