No Brasil, 30% de empresas devem manter home office depois da pandemia

Produtividade cresceu e funcionários se sentem mais seguros trabalhando em casa; Nubank e Ajinomoto estão entre empresas que seguirão implementando

Pandemia foi 'empurrão' para empresas que pensavam em implementar home office, mas ainda não tinham experimentado ideia
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Pandemia foi 'empurrão' para empresas que pensavam em implementar home office, mas ainda não tinham experimentado ideia



Um estudo realizado este ano pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que 30% das empresas brasileiras devem manter o home office em suas jornadas de trabalho após a pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2).

É o caso de sedes nacionais de nomes como Nubank, Acqio, Ajinomoto e Syngenta, que descobriram na pandemia do novo coronavírus uma nova possibilidade para a rotina de trabalho.

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O Nubank comunicou internamente que seus funcionários começariam trabalhar de casa no dia 12 de março. A medida foi adotada também em Berlim, Buenos Aires e na Cidade do México. Agora, quase três meses depois, a decisão é manter a medida até o fim de 2020.

Em comunicado à imprensa, a fintech informa que disponibilizou equipamentos e treinamentos para adaptação dos funcionários.

"Provamos que somos capazes de operar e permanecer produtivos mesmo com o distanciamento social . Conseguimos nos adaptar e continuamos a fornecer aos nossos clientes um suporte excepcional", diz David Vélez, fundador e CEO do banco digital. Os funcionários do Nubank retornarão de maneira “gradativa e segura”.

Planejamento adiantado

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Segundo a superintendente de gente e gestão da Acqio, Eliana Toledo, produtividade dos funcionários aumentou 30% com home office

Eliana Toledo, Superintendente de Gente e Gestão, explica que estava nos planos da Aqcio, fintech de maquininhas de pagamento fundada em Pernambuco, implantar o regime home office. “A pandemia veio e nos acelerou nesse processo”, diz.

De acordo com pesquisa realizada com os próprios funcionários e a recepção dos diretores da empresa, a experiência tem sido muito positiva. Eliana aponta que a produtividade dos colaboradores aumentou cerca de 30%.

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Os funcionários que responderam à pesquisa relataram que se sentem mais focados durante as tarefas, já que nãos sofrem interrupções que vem de dentro do próprio escritório. O tempo é melhor utilizado também pela objetividade , principalmente em reuniões.

Os bons resultados foram recebidos com surpresa. Depois do fim das medidas de restrição da pandemia, a ideia é que os funcionários trabalhem de uma a duas vezes por semana em casa, em sistema de revezamento . “É uma cultura que vai permanecer na empresa.”

“Novo normal”

Apesar de ter planos para estudar a implementação, o home office é novidade para 530 funcionários do escritório administrativo da Ajinomoto . Mesmo assim, o suporte aos funcionários e a adaptação foi rápida.

Priscila Santana, gerente de comunicação e responsabilidade social da indústria , é uma chance de os funcionários conciliarem tarefas de trabalho com a atenção e cuidado cmo familiares. Está na política atual da Ajinomoto que seus colaboradores possam focar na saúde física e mental.

“É um momento desafiador, mas nossos funcionários estão realizando suas atividades em home office muito bem, cada um dando seu melhor para continuarmos com nossa operação estável ”, diz.

Com o regime adotado desde 16 de março, o setor administrativo não tem previsão para voltar ao trabalho presencial. No entanto, indústrias, que são consideradas como serviços essenciais, estão funcionando com uma série de restrições , desde medição de temperatura à distribuição de álcool em gel. Priscila justifica que a prioridade no momento é proteger funcionários, famílias e sociedade.

Retorno gradual

Por comandar atividades agrícolas, a Syngenta não conseguiu paralisar totalmente as operações presenciais, mas tem seguido medidas rígidas de distanciamento similares com as da Ajinomoto.

No entanto, a política de home office, que já está em vigor há anos na empresa, foi intensificada para equipes do escritório central, em São Paulo. Em comunicado, funcionários que pertencem ao grupo de risco não precisarão retomar agora e podem permanecer em casa.

Por agora, a empresa acompanha agora o plano de reabertura do governo estadual. Gradualmente, os funcionários aptos estão retomando as atividades presenciais.

“Para nós esse é um movimento importante, pois nos permite uma riqueza de interações e trocas presenciais, uma conexão que é um valor importante para nossa organização”, diz o comunicado.

A Syngenta enfatiza ainda que está adotando também nos escritórios as medidas de distanciamento social e de higienização . Existem médicos disponíveis nas instalações e vídeos informativos serão disponibilizados internamente. Quando a pandemia for neutralizada, o esquema de revezamento de home office voltará a acontecer.