Cervejaria quer voltar a vender Belorizontina após contaminações
A empresa de cerveja Backer é investigada desde janeiro por suspeita de presença de dietilenoglicol em bebidas; Belorizontina intoxicou 42 pessoas
Por Brasil Econômico |
A empresa Cervejaria Backer quer voltar as vendas da cerveja Belorizontina. Investigada depois de casos de contaminação por dietilenoglicol, a Backer alega que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento atestou a qualidade de 219 lotes, dos quais 78 são da Belorizontina.
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Em janeiro, pessoas que consumiram a bebida da marca foram internadas com sintomas da intoxicação. O inquérito da Polícia Civil afirma que 42 pessoas foram intoxicadas pela bebida, das quais nove morreram.
Segundo a Backer, a venda desses lotes pagaria os compromissos empresariais da cervejaria – entre colaboradores, funcionários e fornecedores – e que outra parte seria destinada a ajudar vítimas da intoxicação pelo produto.
As vítimas expressaram por meio de seu advogado que concordam que as vendas sejam retomadas, desde que o valor seja inteiramente destinado ao custeio dos tratamentos. O apoio financeiro da Backer às vítimas doi determinado pela Justiça e até hoje não foi cumprido, segundo o advogado.
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No portal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a última atualização sobre a contaminação nas cervejas apresenta 53 lotes em que foi detectada a presença de monoetilenoglicol e/ou dietilenoglicol, substâncias que geraram as contaminações. Do total, 30 lotes são da linha Belorizontina.
Ao longo das investigações, todos os 70 tanques da cervejaria foram lacrados, mas 66 deles foram liberados pelo ministério no fim do mês de abril por não apresentarem a presença das substâncias.
A Backer afirma que tem um estoque com 443 mil garrafas dentro do prazo de validade. São 240 mil litros da bebida. Segundo a cervejaria, só serão comercializados os produtos certificados pelo ministério.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimentomas ainda não se manifestou sobre o assunto.
A fabricação e venda de produtos da cervejaria da Belorizontina está paralisada há cerca de cinco meses. Em nota, a Backer informou que "jamais descumpriu qualquer decisão judicial e não irá se furtar de suas responsabilidades no caso".