Justiça ordena e dá prazo para Backer pagar despesas médicas de intoxicados

Dona da cerveja Belorizontina, supostamente envolvida em caso de intoxicação que causou mortes, diz que não foi notificada

Justiça ordenou que Backer pague despesas de vítimas
Foto: Divulgação
Justiça ordenou que Backer pague despesas de vítimas

A 23ª Vara Cívil de Belo Horizonte determinou que a cervejaria Backer comprove o pagamento das despesas médicas e demais gastos das vítimas de intoxicação por dietilenoglicol, substância encontrada na cerveja Belorizontina e mais rótulos da empresa.

Leia também: Dólar abre acima de R$ 4,60 pelo segundo dia seguido

A decisão da justiça, dada nesta quinta-feira (5), estabeleceu o prazo de 48 horas para que a Backer cumpra, em caráter de urgência, a ordem de pagamento, que fora dada em 18 de fevereiro e ainda não foi cumprida.

Uma nova manifestação do Ministério Público motivou a decisão desta quinta, após a afirmação de que "a Backer, mais uma vez, demonstra na mídia e perante todos os órgãos públicos sua falta de sensibilidade e tenta, de várias formas, enganar a população com declarações inverídicas e sem qualquer fundamento".

A cervejaria, por sua vez, sustenta que não tem condições de bancar as despesas das vítimas porque a própria Justiça bloqueou os bens da empresa em fevereiro, durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Belo Horizonte. O valor bloqueado pode chegar à quantia máxima de R$ 100 milhões de reais, divididos entre valores, veículos e imóveis.

Você viu?

Segundo o MP, a Backer e empresas do mesmo grupo tentam ocultar e dilapidar o patrimônio, descumprem as determinações judiciais e não é procedente a incapacidade de arcar com os custos das vítimas.

Os promotores dizem que o custeio das necessidades médicas e emergenciais das vítimas não está ocorrendo, e o MP solicita aplicação de multa de R$ 1 mil para cada uma das 13 vítimas cadastradas no processo, além da inclusão de mais duas.

Leia também: Nordeste recebe apenas 3% das concessões do Bolsa Família

Ao todo, a Polícia Civil investiga 34 casos de intoxicação por dietilenoglicol, sendo que 6 causaram mortes, que podem ter relação com o  consumo de cervejas da Backer. Até então, a fábrica da empresa em Belo Horizonte foi interditada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), que também determinou recall de cervejas. As vítimas, porém, ainda não teriam tido auxílio da empresa no custeio das despesas, segundo o MP.

Em pronunciamento, a Backer diz que " A empresa ainda não foi notificada de nenhuma decisão nesse sentido ".