Na Dinamarca, um show em drive-in: europeus e chineses preferem carros para voltar ao trabalho pós quarentena, evitando as aglomerações do transporte público
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Na Dinamarca, um show em drive-in: europeus e chineses preferem carros para voltar ao trabalho pós quarentena, evitando as aglomerações do transporte público

Em Frankfurt, na Alemanha, a assistente imobiliária Anna Pawliczek sermpre foi trabalhar de trem. Agora vai de carro ao trabalho pela primeira vez na carreira. “Eu definitivamente sempre preferi relaxar no trem, em vez de ficar presa nos semáforos”, diz.

Ela mudou sua rotina porque, dias após a Alemanha ter encerrado o confinamento, sua empresa tem pedido aos funcionários que retornam ao trabalho que evitem o transporte público a todo custo. O temor é de contágio ao dividir espaço com outras pessoas num vagão de trem. Com isso, a demanda por gasolina tem se recuperado na Alemanha, sugerindo que o carro - pelo menos por enquanto - está de volta.

Com a flexibilização das medidas de confinamento e reabertura das economias em partes do mundo, dirigir surge como o meio de transporte de distanciamento social preferido e oferece algum alívio a curto prazo ao mercado de petróleo, depois do pior crash da história e colapso sem precedentes da demanda por energia.

“As pessoas estão usando mais o carro porque têm medo de usar o transporte público”, disse Patrick Pouyanne, diretor-presidente da gigante francesa de petróleo Total.

É muito cedo para dizer se a mudança é permanente. Em algumas partes da Ásia que reabriram antes do resto do mundo, as pessoas voltam a se aventurar nos trens. E não está claro se a demanda global por gasolina vai se recuperar totalmente.

Mas, nas ruas de Pequim, Xangai e Guangzhou, na China, o tráfego matinal agora é superior às médias de 2019, enquanto o uso do metrô está bem abaixo do normal, segundo dados compilados pela BloombergNEF.

O tráfego no sistema de metrô de Pequim está 53% abaixo dos níveis pré-vírus. O uso do metrô em Xangai e Guangzhou está 29% e 39% abaixo do normal, respectivamente.

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“Pelo menos no começo do caminho de volta à normalidade, esperamos uma diminuição no uso do transporte público”, disse Josu Jon Imaz, diretor-presidente da petroleira espanhola Repsol SA.

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Hora do rush

É um fenômeno que pode começar a reverter as reduções drásticas da poluição do ar que as cidades mais movimentadas do mundo registraram nos últimos meses, devido à paralisação das operações industriais e viagens.

Em Berlim, entre as primeiras cidades da Europa a reduzir o confinamento, o uso de transporte público ainda está 61% abaixo do normal, enquanto o número de pessoas que dirigem se recuperou e agora está 28% abaixo do normal, de acordo com dados da Apple, que rastreiam pedidos de rotas de direção no aplicativo Maps.

Os dados do Apple Maps para 27 cidades do mundo mostram que as rotas de direção se recuperam mais rapidamente do que as rotas de transporte público. Em Madri, a direção está 68% abaixo dos níveis normais, acima dos 80% de abril, enquanto o uso do transporte público permanece 87% abaixo, praticamente o mesmo nível do mês passado.

O mesmo ocorre em Ottawa, capital do Canadá, onde as instruções de direção no aplicativo se recuperaram para 40% dos níveis normais, acima dos 60% em abril, enquanto as rotas para transporte público permanecem estáveis em relação a abril, ou 80% abaixo dos níveis normais.

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