Empresários defendem acordo comercial Brasil-EUA ainda em 2020
Em carta enviada aos governos, destaque é como a pandemia afetou as economias, tornando ainda mais urgente incentivar comércio e investimentos
Por Agência O Globo |
Empresários brasileiros e norte-americanos enviaram uma carta aos governos de seus respectivos países pedindo a conclusão, ainda este ano, da primeira etapa do acordo bilateral que está em negociação entre Brasil e Estados Unidos. O principal argumento é que o impacto da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2) nas economias reforça a urgência na adoção de medidas para aumentar o comércio e os investimentos.
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No documento, os empresários afirmam que as negociações devem incluir áreas como facilitação de comércio , boas práticas regulatórias, comércio eletrônico, combate à corrupção, propriedade intelectual, entre outros assuntos não tarifários. São temas que podem ser acertados bilateralmente, ou seja, sem a participação dos demais sócios do Brasil no Mercosul, porque não tratam de redução das alíquotas de importação.
"A proposta poderia ser alcançada com agilidade, de forma a aproveitar a janela de oportunidade antes das eleições nos EUA . O contexto pede uma parceria bilateral mais ambiciosa e que viabilize a construção de um acordo comercial mais abrangente como próximo passo", disse a dirigente da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), Deborah Vieitas.
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De acordo com o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi, o pacote bilateral pode trazer ganhos concretos a curto prazo, por tratar de compromissos inovadores entre Brasil e EUA . Ele destacou que são medidas para reduzir a burocracia, os custos e os tempos das transações comerciais.
"A ideia é termos avanços na liberação dos bens, cooperação e coordenação aduaneira, emprego de gestão de riscos e redução de barreiras técnicas, sanitárias e fitossanitárias", disse Abijaodi.
As entidades empresariais que assinam a carta salientaram que o pacote bilateral de comércio está em linha com o comunicado conjunto dos presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro , divulgado em março do ano passado, durante visita de Bolsonaro a Washington. A iniciativa, argumentaram, representaria um primeiro passo em direção a um acordo de comércio mais abrangente.
Assinada por mais de 25 instituições empresariais, a carta foi encaminhada, no fim da semana passada, aos ministros da Economia ( Paulo Guedes ) e das Relações Exteriores (Ernesto Araújo), no caso do Brasil e, do lado americano, para o representante comercial Robert Lighthizer e o diretor do Conselho Econômico Nacional, Larry Kudlow.