O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja determinar que as unidades norte-americanas de processamento de carnes, que têm enfrentado preocupações relacionadas a surtos de coronavírus, permaneçam abertas para garantir a oferta de alimentos do país, disse uma autoridade sênior do governo.
Trump deve assinar um decreto tendo como base o Ato de Defesa da Produção, para exigir que as plantas continuem em funcionamento, afirmou a autoridade.
A ordem foi elaborada para dar às empresas, entre elas a Tyson Food , mais proteção pela responsabilidade no caso de algum funcionário contrair Covid-19 como resultado da necessidade de ir ao trabalho.
Os estoques norte-americanos de carnes têm capacidade para atender a demanda do varejo nos Estados Unidos somente por mais 15 dias, em meio aos fechamentos de frigoríficos por causa do coronavírus, disse o diretor financeiro da JBS, Guilherme Cavalcanti, o que levou o governo Trump a planejar uma medida para manter o funcionamento das unidades.
O decreto também incluirá orientações para minimizar os riscos aos trabalhadores mais vulneráveis ao vírus, segundo a autoridade.
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Risco de fechamento
Mais cedo, Trump disse que seu governo estava trabalhando em conjunto com a Tyson Foods, e que o decreto abordaria preocupações sobre as responsabilidades das empresas.
"Estamos trabalhando com a Tyson... Nós vamos assinar um decreto executivo hoje, acredito, e isso vai resolver qualquer problema de responsabilidade", disse Trump a repórteres no Salão Oval da Casa Branca.
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"Estamos trabalhando com a Tyson, que é uma das maiores companhias nesse mundo. E sempre trabalhamos com os produtores. Há bastante oferta."
A autoridade sênior do governo, falando em condição de anonimato, afirmou que se ações não fossem tomadas, a grande maioria das unidades de processamento poderia ser fechada por um período de tempo, reduzindo a capacidade de oferta de carnes dos EUA em até 80%.
"Isso é parte de nossa infraestrutura fundamental", disse a autoridade em relação às plantas de processamento.
Membros do governo e parlamentares republicanos têm afirmado que os negócios que estão reabrindo precisam de proteção às resposabilidades, para evitar eventuais processos por funcionários que contraírem a doença.
Enquanto isso, segundo a Bloomberg, a partir de quarta-feira, cerca de 13 mil porcos serão abatidos por dia em um abatedouro da JBS em Minnesota, de acordo com o deputado dos EUA Collin Peterson.
Em vez de serem transformadas em presunto e bacon para consumidores confinados, as carcaças podem ser despejadas em aterros ou serem encaminhadas para abatedouros.
O abate forçado de suínos mostra o descompasso criado com a pandemia que adoece trabalhadores enquanto os consumidores estocam carne.
Empresas de laticínios jogam fora leite que não pode ser vendido aos processadores, operações de frango de corte têm quebrado ovos para reduzir os suprimentos e algumas frutas e legumes apodrecem nos campos em meio a problemas de mão de obra e distribuição.