A norte-americana Boeing confirmou à Reuters
neste sábado (25) que desistiu do acordo de US$ 4,2 bilhões firmado com a Embraer para comprar a área de aviação comercial da fabricante de aviões brasileira, que não teria cumprido todas as exigências previstas no acordo bilionário.
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Segundo fontes próximas à negociação, a Embraer enviou uma carta nesta sexta-feira (24) se recusando a estender o prazo de 24 de abril para a conclusão do acordo de fusão entre as empresas, que demanda que a Boeing compre 80% das atividades da área de aviação comercial da empresa brasileira.
Porém, a atual situação financeira vivida pela companhia norte-americana faz analistas ouvidos pela Reuters suspeitarem de "oportunismo", já que o alto investimento na Embraer poderia ser mais arriscado em um contexto de crise econômica global tão grave quanto o atual, causado pela pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2). A empresa deixou o acordo com a fabricante brasileira expirar para se pronunciar, culpando a Embraer.
Maior fabricante de aviões dos Estados Unidos, a Boeing pediu em março ao menos US$ 60 bilhões ao governo norte-americano em garantias de empréstimos para si e para outros fabricantes aeroespaciais, ajudando o setor a resistir aos efeitos da pandemia.
No início deste mês, a companhia norte-americana já havia suspendido a produção de seu avião 787 na Carolina do Sul e suspendido por tempo indeterminado as operações de produção no estado de Washington.
Procurada, a Embraer, terceira maior fabricante de aviões do mundo, não comentou sobre o fracasso da negociação.