A Volkswagen , segunda maior montadora do país, com 15,9% de participação de mercado, espera retomar a produção a partir de meados de maio em três de suas fábricas. A parada da fabricação ocorreu por conta da crise gerada pela pandemia do coronavírus .
A ideia é que a retomada seja feita de forma lenta de acordo com a demanda. A companhia tem unidades em São Bernardo do Campo, Taubaté, São Carlos, todas em São Paulo, e São José dos Pinhais, no Paraná.
De acordo com Pablo Di Si, presidente da empresa para a América Latina, a volta gradual será feita com a volta de apenas um turno. O objetivo é evitar uma guerra de preços. Em entrevista na manhã desta quinta-feira (23), o executivo lembrou que o esforço principal é preservar caixa.
Veja também: Comércio de São Paulo quer voltar a funcionar no dia primeiro de maio
Você viu?
— A estratégia é começar a produção devagar, respeito as regras do governo, com apenas um turno. Será impossível não repassar a desvalorização do câmbio. O dólar, no atual patamar, afeta toda a cadeia. Por isso, é importante tentar nacionalizar mais peças. Vamos entender o que pode ser feito — disse o executivo.
Ele também deu mais detalhes sobre as conversas com o BNDES. O executivo ressaltou que o objetivo é desenvolver uma linha de crédito para a cadeia de fornecedores. Para intermediar a conversa entre o setor, o BNDES designou o Itaú para a coordenação.
— O objetivo é injetar recursos com linhas de crédito a juros razoáveis. Mas tem que ser de forma rápida. A cadeia de fornecedores tem um milhão de empregos — destacou ele — Estamos otimistas para que se chegue a um acordo. É preciso senso de urgência.
Ele lembrou ainda que o setor, o que inclui as montadores e fornecedores, tem uma necessidade de R$ 40 bilhões, em quatro meses.
— Essa é o cálculo de queima de caixa da indústria. Esse ano, não vamos voltar ao nível de consumo pré-crise. Para a retomada, é essencial acompanhar a demanda, o tamanho do desemprego e da inadimplência — afirmou Pablo.