Um dia após o governo anunciar, sem a participação da equipe econômica, um pacote para retomar o crescimento após a crise do novo coronavírus (Sars-Cov-2), o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse nesta quinta-feira (23) que todo o governo está ciente de que o programa terá que ser sustentado pelo investimento privado, e não investimento público.
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O chamado plano Pró-Brasil , que chegou a ser apelidado internamente de Plano Marshall, em referência ao programa para reconstruir a Europa após a Segunda Guerra Mundial, foi apresentado na tarde de quarta-feira, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. O anúncio foi feito pelo ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto. O ministro da Economia, Paulo Guedes, não participou da entrevista.
O programa prevê a geração de 1 milhão de empregos com obras públicas e aportes de R$ 30 bilhões do governo até 2022. Há ainda previsão de R$ 250 bilhões em concessões de aparelhos de infraestrutura.
Na avaliação de Mansueto , a referência ao Plano Marshall e a leitura de que o pacote foi anunciado sem a participação direta do Ministério da Economia foi fruto de um "ruído de comunicação".
"Acho que houve um ruído de comunicação. Não teve nada em desacordo com o Ministério da Economia. Todo o governo sabe que para retomar o crescimento, a gente vai precisar de investimento privado. Não há briga política alguma dentro do governo, não há nenhuma diferença de opinião, de visão, do que precisa ser feito nos demais ministérios do governo", disse o secretário, durante evento transmitido ao vivo nesta quinta.
Ele afirmou ainda que o fato de o programa ter sido anunciado pelo ministro da Casa Civil é visto como positivo: "Eu vejo isso como algo extremamente positivo, algo que era necessário melhorar no governo. A gente ter a Casa Civil de forma ativa coordenando", disse.