Em meio a perspectivas de novos cortes de juros pelo Banco Central
( BC
), o dólar comercial
ultrapassou a barreira de R$ 5,40 e fechou no maior valor nominal – sem considerar a inflação – desde a criação do real. A moeda encerrou esta quarta-feira (22) vendida a R$ 5,409, com alta de R$ 0,10 (+1,88%).
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A cotação ultrapassou os R$ 5,40 no início da tarde. Na máxima do dia, por volta das 16h30, o dólar superou os $ 5,41. A divisa acumula alta de 34,8% em 2020.
A Ralta poderia ter sido maior caso o Banco Central não tivesse intervindo no mercado. A autoridade monetária fez um leilão de contratos novos de swap – venda de dólares no mercado futuro – e rolou (renovou) contratos de swap antigos que vencerão em junho.
A cotação operou em alta durante toda a sessão, disparando depois de declarações do presidente do BC , Roberto Campos Neto , de que o cenário para a Selic ( taxa básica de juros ) mudou depois da última reunião do Comitê de Política Monetária ( Copom ). Ele fez a declaração em transmissão virtual promovida pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Juros mais baixos tornam menos atrativos os investimentos em países emergentes, como o Brasil , estimulando a retirada de capitais por estrangeiros.
Bolsa de valores
Diferentemente do câmbio, o dia foi de recuperação na bolsa de valores. O índice Ibovespa , da B3 (bolsa de valores brasileira), fechou esta quarta aos 80.687 pontos, com alta de 2,17%. O indicador seguiu o mercado externo, influenciado pela recuperação da crise de petróleo.
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O índice Dow Jones , da Bolsa de Nova York, encerrou o dia com ganhos de 1,99%.
Há várias semanas, mercados financeiros em todo o planeta atravessam um período de nervosismo por causa da recessão global provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2) . As interrupções na atividade econômica associadas à restrição de atividades sociais travam a produção e o consumo, provocando instabilidades.
No entanto, a perspectiva de que vários países da Europa e regiões dos Estados Unidos relaxem as restrições após a superação do pico da pandemia anima os mercados.
Petróleo
Os preços internacionais do petróleo , que despencaram nos últimos dois dias, ensaiaram uma recuperação hoje. Os contratos futuros dos barris do tipo WTI para junho, que servem como referencial para o mercado norte-americano, encerraram o dia em US$ 14,23, com alta de 23% apenas hoje.
Na segunda-feira (20), os contratos do WTI para maio, que não estão mais ativos, fecharam com preços negativos pela primeira vez na história , afetados pela baixa demanda e pelos altos estoques de petróleo .
As cotações do barril do tipo Brent , que servem de referencial para o mercado internacional e para a Petrobras , também se recuperaram. Por volta das 18h30, o Brent era vendido a US$ 20,95, com alta de 8,4%.
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A alta refletiu-se nas ações da Petrobras
, as mais negociadas na bolsa. Os papéis ordinários
(com direito a voto em assembleia de acionistas) valorizaram-se 3,63% nesta quarta. Os papéis preferenciais
(com prioridade na distribuição de dividendos) tiveram ganho de 5,02%.
A guerra de preços de petróleo começou há um mês, quando Arábia Saudita e Rússia aumentaram a produção, mesmo com os preços em queda. Ontem (21), a cotação do barril do tipo Brent chegou a operar abaixo de US$ 20, no menor nível em 18 anos. Segundo a Petrobras , a extração do petróleo na camada pré-sal só é viável para cotações a partir de US$ 45.