
Nesta segunda-feira (6), a Confederação Nacional de Transportes (CNT) divulgou os resultados da ' Pesquisa de Impacto no Transporte Covid-19 ', realizada entre os dias 1º e 3 de abril. Mais de 90% dos entrevistados apontaram que o cenário de crise é grave e relataram pessimismo com o futuro, esperando um impacto negativo que pode durar até quatro meses.
Leia também: Auxílio de R$ 600 já tem datas para ser pago; saiba como receber
Segundo informações da CNT, 776 empresas de transportes de cargas e de passageiros de todos os modais foram ouvidas na pesquisa. Ao todo, 85,3% perceberam redução na demanda em março no comparativo com anos anteriores. Além disso, 70,% afirmou já estar enfrentando problemas de caixa e comprometimento da capacidade de realizar pagamentos de salários e fornecedores.
Por outro lado, a pesquisa mostrou que muitas empresas têm ajustado as rotinas de trabalho, com rotatividade de turnos entre funcionários ou implementando férias coletivas e o uso de banco de horas, para evitar demissões em massa. Ainda assim, cerca de 22% disse ter demitido pessoal no mês de março.
Sobre possívei medidas do governo para auxiliar a categoria, 51,9% vê a disponibilização de linhas de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas (incluindo capital de giro) de forma ampla e sem restrição ao porte da empresa como a mais importante. Também foi lembrada suspensão da cobrança do PIS e da Cofins.
Você viu?
Leia também: Empresas já podem enviar os acordos de redução de salário ao governo
“É inegável que a crise do Covid-19 deixa os transportadores em uma situação de extrema dificuldade. Por isso, é urgente que o governo apresente planos de retomada gradual da economia – sempre conciliando a preservação da vida dos brasileiros com a sobrevivência das empresas, que são a base da sustentação socioeconômica do país”, disse o presidente da CNT, Vander Costa.
Ele afirmou ainda que as ações governamentais precisam ter "atenção especial" no caso das transportadoras: “Iniciativas como disponibilização de linhas de crédito e flexibilização na cobrança de impostos são imprescindíveis para que não haja interrupções na prestação dos serviços. Esse é o principal caminho para assegurar o abastecimento das cidades e a mobilidade das pessoas durante a pandemia”.
Confira algumas conclusões da pesquisa
- 84% das transportadoras esperam redução no faturamento nos próximos 30 dias; e 82,5%, nos próximos 60 dias
- Queda de faturamento é o principal problema das transportadoras (71,1%)
- 46,4% das empresas já percebem dificuldade na obtenção de insumos do transporte
- Mais da metade (52%) revelaram que está mais difícil efetuar as entregas em função das restrições de acesso a alguns municípios e de novas regras de controle de entrada em estabelecimentos
- 70,7% dos entrevistados afirmaram já estar com sua capacidade de pagamentos comprometida
- Falta de serviços de apoio (restaurantes, lojas de peças de reposição, borracharias, atendimentos de órgãos públicos) é o maior entrave operacional na pandemia
- Sobre acesso a capital de giro, 35,4% dos participantes que buscaram por crédito identificaram que o acesso a esse tipo de financiamento já está mais difícil
*Com informações da assessoria de imprensa da CNT
Leia também: Coronavírus: 28% dos brasileiros ignoram o isolamento social