O Fundo Monetário Internacional ( FMI ) prevê que a pandemia do novo coronavírus irá provocar uma recessão global neste ano, “ao menos tão ruim quanto a crise financeira global ou pior ”.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira(23), após conferência com ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G-20 , a diretora-gerente do fundo, Kristalina Georgieva , traçou cenário negativo para a economia mundial, mas disse “esperar recuperação em 2021” se a resposta for correta.
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“Para chegar lá, é fundamental priorizar a contenção e o fortalecimento dos sistemas de saúde — em todo os lugares”, afirmou Kristalina
. “O impacto econômico é e será severo, mas quanto mais rápido o vírus parar, mais rápida e forte será a recuperação”.
Desde o início da crise, quase 80 países já procuraram o FMI em busca de ajuda, afirmou Kristalina , acrescentando que o Fundo está pronto para empregar toda a sua capacidade de empréstimo de US$ 1 trilhão. Além disso, o Fundo de Contenção e Alívio de Catástrofes está sendo reabastecido para ajudar os países mais pobres a lidarem com os impactos da pandemia.
Kristalina
elogiou “as extraordinárias ações fiscais que muitos países já tomaram para impulsionar sistemas de saúde e proteger trabalhadores e empresas” e medidas adotadas “por grandes bancos centrais para facilitar a política monetária”.
Maior fuga de capitais já registrada
“Esses esforços corajosos não são apenas no interesse de cada país, mas da economia global como um todo”, afirmou Kristalina . “Ainda mais será necessário, especialmente na frente fiscal”.
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A diretora-gerente ressaltou preocupação especial com mercados emergentes e países pobres, que estão sendo duramente afetados pela fuga de capitais e pela redução da atividade econômica doméstica . Desde o início da crise, disse Kristalina , “investidores já removeram US$ 83 bilhões de mercados emergentes, a maior fuga de capitais já registrada”.
Por isso, o Fundo está procurando outras opções para apoiar esses países. Muitos já requisitaram Direitos Especiais de Saque
( SDR
, na sigla em inglês) para reforçarem suas reservas, como aconteceu durante a crise financeira global em 2008, e a medida está sendo avaliada.
E para conter a crise de liquidez, o fundo incentiva que grandes bancos centrais criem linhas de swap bilaterais com mercados emergentes. E o próprio Fundo está discutindo junto ao seu conselho executivo e aos países membros uma ferramenta similar própria.
“O custo humano da pandemia
de coronavírus
já é imensurável e todos os países precisam trabalhar juntos para proteger as pessos e limitar os danos econômicos”, afirmou Kristalina. “Este é um momento para a solidariedade”.
Resposta conjunta do G-20
Durante a conferência, representantes das maiores economias do planeta debateram como dar uma resposta conjunta à pandemia .
"Nós precisamos consolidar nossos esforços para conter o vírus, manter os sistemas de saúde e desenvolver remédios
e vacinas
", afirmou o ministro das Finanças japonês
, Taro
Aso
, em entrevista coletiva após a reunião. "As nações devem realizar amplas medidas econômicas
fiscais necessárias".
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Em entrevista à agência Bloomberg
, o diretor-geral do Tesouro Nacional da África do Sul
, Dondo
Mogajane
, contou que o plano será finalizado na próxima reunião virtual do grupo. A agenda inclui instituições multilaterais, como o FMI
e o Banco
Mundial
. E pediu especial atenção aos países pobres, especialmente da África
subsaariana
.
"Quando a pandemia atingi-los — o que obviamente irá acontecer — esses países talvez não estejam preparados", afirmou Mogajane
. "É importante que os países do G-20
estejam prontos para apoiá-los".