O impasse entre os congressistas norte-americanos a respeito de um pacote trilionário proposto pelo governo Donald Trump voltou a estressar os mercados e faz com que o dólar comercial opere em alta.
Às 9h55 desta segunda-feira (23), a moeda americana subia 0,209%, aos R$ 5,0379, após oscilações. Mais tarde, porém, a alta se acentuou: às 12h50, a moeda subia 1,699%, a R$ 5,112. O Ibovespa, principal indicador da Bolsa brasileira, a B3, caía 6,61% às 12h51, ligando alerta para a possibilidade de um novo circuit breaker, isto é, a interrupção dos trabalhos, que já foi acionado em algumas oportunidades nas duas últimas semanas, em função do agravamento da crise do novo coronavírus pelo mundo.
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No fim da semana passada, o governo Trump apresentou um pacote estimado em US$ 1,3 trilhão para aliviar os impactos do novo coronavírus na economia americana. A medida audaciosa, porém, encontrou a primeira barreira no Senado. Os legisladores democratas, partido de oposição a Trump, acusaram o pacote de ser benéfico apenas para as grandes empresas.
"Hoje, os mercados acionários voltam a exibir em viés fortemente negativo, tendo como principais indutores o adiamento do pacote de até US$ 1,3 trilhão que foi rejeitado pelo Senado americano e pelo temor do avanço da pandemia do coronavírus ao redor do globo", escreveram os analistas da corretora Correparti.
Internamente, o BNDES anunciou, no domingo, pacote estimado em R$ 55 bilhões para reforçar o caixa de empresas e manter empregos. O montante equivale a 91% de tudo que o banco emprestou no ano passado.
Ainda na agenda doméstica, o Banco Central (BC) reduziu a necessidade de compulsório (parcela dos depósitos que os bancos são obrigados a manter em reservas) para dar liquidez ao mercado. Agora, em vez de 25%, essa parte de dinheiro de reserva para a ser de 17%.