O rombo nas contas públicas pode chegar a R$ 200 bilhões neste ano, por causa da crise do coronavírus . A estimativa é da Secretaria do Tesouro Nacional e leva em conta os efeitos da atividade econômica mais fraca na arrecadação de impostos e a necessidade de gastos extraordinários para lidar com a pandemia .
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Caso se confirme, o déficit será R$ 75 bilhões maior que o inicialmente previsto pelo governo. O Orçamento
para este ano prevê que a meta fiscal para este ano é de R$ 124,1 bilhões. A obrigação de limitar o resultado negativo a esse valor, no entanto, será suspensa por causa do decreto que reconhece o estado de calamidade pública, enviado pelo governo ao Congresso
e que deve ser aprovado na semana que vem.
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“A projeção terá que ser atualizada todas as semanas, mas é possível esperar um déficit na casa de R$ 200 bilhões num primeiro momento", disse o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida , em entrevista à CBN e em nota encaminhada ao GLOBO.
A medida foi tomada para que o governo possa adotar ações emergenciais para lidar com o vírus. O governo federal gastará, por exemplo, R$ 15 bilhões com um auxílio emergencial para trabalhadores informais, que receberão um vale de R$ 200 por três meses.
Antes de decidir por decretar estado de calamidade, a equipe econômico havia evitado anunciar medidas sem impacto sobre as finanças públicas . Na segunda-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes , anunciou uma rodada de R$ 147,3 bilhões em ações, que consistem principalmente em antecipação de pagamentos feitos pelo governo ou concessão de mais prazo para empresas pagarem impostos.
A avaliação, no entanto, avançou para um entendimento de que seria necessário mexer no caixa do governo federal . A União avalia ainda um pedido dos estados, que solicitaram R$ 15 bilhões mensais para lidar com os efeitos do coronavírus.