O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o contágio do novo coronavírus é mais rápido no Brasil do que em outros países, inclusive a China. A fala de Guedes, feita em entrevista à Folha de S.Paulo
, tem como base dados do sistema do Banco Central, que usa cálculos matemáticos para chegar a uma série de resultados, como, neste caso, a velocidade do contágio da pandemia no Brasil.
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Guedes ficou impressionado com os números e, como resposta, criou grupo que monitora os impactos do novo coronavírus sobre a economia brasileira, mas insiste na importância das reformas para garantir o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, cobrando que o Congresso "faça sua parte".
"O baque do coronavírus é temporário. A China já está se recuperando. Eu preciso estar preocupado com o reforço das nossas defesas durante e depois da crise", disse à Folha .
Segundo o ministro, os cálculos apresentados por Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central , ao Congresso, o mostraram o quão necessário é voltar os esforços da área econômica para buscar medidas que minimizem que a doença se espalhe ainda mais e tenha efeito ainda maior sobre a economia. Guedes diz que "Minha principal preocupação é garantir a dinâmica de crescimento. Nos preparar para a pancada de uma onda para sair com fôlego do outro lado".
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"Eu preciso estar preocupado com o reforço das nossas defesas durante e depois da crise. Podemos transformar a crise em reformas. As reformas trarão as bases para gerar crescimento, emprego e renda após o surto, lá na frente", disse Guedes, que apontou que os efeitos podem ser menores com as medidas de prevenção sendo tomadas.
"Minha primeira reação à crise do coronavírus foi estruturante: reforçar o sistema imunológico da economia", brincou o ministro, fazendo analogia com a importância das reformas apresentadas por ele.
Questionado sobre a forma com que outros países estão lidando com o surto da pandemia, Guedes ponderou que "Não é meu papel precipitar a retração da economia dizendo para pessoas ficarem em casa. Esse é o papel do Mandetta [ministro da Saúde]. Mas, se ele falar que vai bloquear os voos, eu sei que as empresas aéreas vão ter problema, e é nisso que tenho de agir".
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Sobre a agitação do mercado e as sucessivas quedas da Bolsa, o ministro avalia que, além do cenário externo, pesa também a política interna e a recente derrota do governo em relação ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). Para Guedes, "prejudica a confiança que alicerçamos no ano passado". Porém, mesmo diante do atual cenário, ele é enfático: "O que posso garantir é que não vai faltar dinheiro para combater a crise".