![Governo não corrige tabela do Imposto de Renda desde 2015 Governo não corrige tabela do Imposto de Renda desde 2015](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/eg/pj/7l/egpj7lcm9093029tzsyhz6h7q.jpg)
A tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), que não tem correção desde 2015, afeta o quanto você paga de imposto a cada ano. Somados os resultado da inflação, a defasagem aumenta cada vez mais.
Com a correção devida, a faixa isenta do imposto de renda se estenderia a quem recebe até R$ 3.881,65. Cerca de 10 milhões de contribuintes seriam beneficiados.
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Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), com o resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial de 2019 (alta de 4,31%), a desafagem da tabela do IR
já chega a 103%.
No período levado em consideração pelo estudo, de 1996 a 2019, a variação da inflação medida pelo IPCA já somou 327,37% , muito acima dos reajustes do governo nas faixas de cobrança, que ficaram em 109,63% no mesmo período. Essa diferença representa uma defasagem de 103,87% nos valores da tabela.
Desde 1996, apenas em cinco anos as correções superaram a inflação do ano anterior, o que ocorreu em 2002, 2005, 2006, 2007 e 2009. A última atualização foi promovida em 2015. Na prática, portanto, a faixa de isenção do IR em relação ao salário mínimo vai caindo drasticamente ao longo do tempo.
O Sindifisco aponta ainda que a falta de correção da tabela afeta mais a classe média do que os mais ricos, ao passo que muitos que ganham menos estariam próximos de isenção ou então pagariam valores pequenos.
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Por exemplo, quem ganha R$ 4.000 e hoje contribui com R$ 263,87 por mês segundo a tabela, teria que pagar apenas R$ 8,88. Por outro lado, quem recebe o dobro, R$ 8.000, hoje paga R$ 1.330,64 e teria que contribuir com R$ 506,22.
A diferença percentual entre o valor pago e o corrigido é, respectivamente, de 2.872,8% e 162,86%, ou seja, quem ganha menos é mais afetado pela falta de correção.
Bolsonaro prometeu mudar o cenário
![Bolsonaro já falou em ampliar faixa isenta do IR, mas equipe econômica não aceita perder arrecadação Bolsonaro já falou em ampliar faixa isenta do IR, mas equipe econômica não aceita perder arrecadação](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/cj/xe/pw/cjxepw7sdk12bd1xx9j7yu8po.jpg)
Desde a campanha que o alçou à presidência, Jair Bolsonaro diz que corrigir a tabela é uma meta. Antes de ser eleito, o capitão reformado afirmou que, como presidente, elevaria a faixa isenta para cinco salários mínimos, o equivalente a R$ 4.770 na época.
Evidentemente, isentar mais contribuintes diminui a arrecadação do governo, o que a equipe econômica chefiada por Paulo Guedes não quer. Já eleito, Bolsonaro foi alertado disso e recuou, mas, ainda assim, prometeu, em 2019, subir a faixa isenta de R$ 1.903,98 para R$ 3.000 no ano seguinte.
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Na prática, contudo, as promessas foram deixadas de lado e a correção da tabela hoje é vista como um subtema da reforma tributária . Neste ano, continua sendo isento quem recebe até R$ 1.903,98 por mês, e as discussões e promessas ficaram para depois.
O governo diz que mudanças no Imposto de Renda serão tratadas na mudança dos tributos, mas sequer enviou seu projeto ao Congresso até então.