O Banco Central (BC) esperará a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), daqui a duas semanas, para avaliar o impacto do coronavírus sobre a inflação. Em nota oficial emitida nesta terça-feira (3), a autoridade monetária informou que é necessário esperar esse prazo para comparar qual efeito vai prevalecer: a desaceleração da economia global ou a deterioração dos ativos financeiros (alta do dólar e queda da bolsa).
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"À luz dos eventos recentes, o impacto sobre a economia brasileira proveniente da desaceleração global tende a dominar uma eventual deterioração nos preços de ativos financeiros", especificou o BC no comunicado, indicando que uma eventual recessão global pode ajudar a conter o impacto da subida do dólar sobre os preços.
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"O Banco Central enfatiza que as próximas duas semanas permitirão uma avaliação mais precisa dos efeitos do surto de coronavirus na trajetória prospectiva de inflação no horizonte relevante de política monetária", concluiu o texto. Segundo a autoridade monetária, o acompanhamento está sendo feito de forma atenta.
Nesta terça, o dólar comercial fechou acima de R$ 4,50 pela primeira vez na história. O euro comercial voltou a encerrar acima de R$ 5, bem como na véspera, o que também nunca havia acontecido. A bolsa de valores teve queda de 1,02%.
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Externamente, o Federal Reserve, Banco Central norte-americano , reduziu os juros básicos dos Estados Unidos em 0,5 ponto percentual por causa do impacto do coronavírus sobre a economia mundial. A próxima reunião do Copom, que define a taxa básica no Brasil, ocorrerá nos dias 17 e 18 deste mês.