O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terá de abrir sua segunda "caixa-preta" e revelar as remunerações de todos os empregados, não só dos diretores, como acontece hoje.
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O BNDES batalhou na Justiça desde 2013 para que essas informações se mantivessem sigilosas. Naquele ano, uma ação civil pública do Ministério Público pediu a quebra do sigilo. De acordo com o banco, a mudança será feita a partir de abril.
A primeira caixa-preta do BNDES , que analisou as operações financeiras do banco durante os últimos anos, sobretudo durante os governos de Lula e Dilma Rousseff, mostrou-se pouco ou nada eficaz e representou gasto de dinheiro público, embora o governo de Jair Bolsonaro tenha apresentado a abertura das contas e transações do BNDES como algo prioritário.
Passada a busca por supostas fraudes nas operações financeiras, até mesmo o presidente do banco, Gustavo Montezano , admitiu que não havia "caixa-preta" no BNDES.
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Montezano, o chefe do BNDES, tem remuneração mensal de R$ 80,8 mil, mais do que o dobro do teto do funcionalismo federal, que é definido pela remuneração dos ministros do STF, R$ 39.293. O banco teme que a quebra do sigilo dos salários dos funcionários abra as portas para que outros bancos aliciem seus funcionários.