Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes
Antonio Cruz/Agência Brasil
Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes

O presidente Jair Bolsonaro declarou neste domingo que a reforma administrativa que o governo vai enviar ao Congresso está praticamente pronta. Sinalizou também que uma abertura comercial do país será gradual para não quebrar a indústria nacional. Em visita oficial à Índia, Bolsonaro participou, como convidado de honra, das celebrações do Dia da República, que celebra os 70 anos de Constituição da Índia.

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"A Índia está na economia à nossa frente. O que falta para a gente crescer? Onde está o problema? Eu poderia falar, mas não vou falar para não dar manchete aos jornais amanhã", disse à imprensa.

Mas, pouco depois, acrescentou: "Com essa sinalização da menor taxa de juro no Brasil, melhorando o ambiente para negócios, abrindo um pouco, desburocratizando, desregulamentando, a saída é por aí".

Ao ser perguntado se poderia seguir a decisão do governo da Índia de reduzir o imposto sobre as companhias, em meio à insatisfação indiana com ''apenas'' 5% de crescimento da economia, Bolsonaro citou o ministro Paulo Guedes.

"O Guedes já me disse que se fizer de uma hora para outra ele quebra a indústria nacional. Tem que ser devagar. Impostos não sou eu, governo federal, tem os estados e municípios. Aqui tem muita gente humilde com celular na mão. Porque tem empresas nacionais, e o imposto é muito baixo em cima disso", afirmou.

E acrescentou: "Temos uma dívida interna monstruosa, uma folha de ativos e inativos muito grande, e não podermos fazer essas coisas de uma hora para outra".

No ano passado, no Fórum Econômico Mundial, o ministro da Economia, Paulo Guedes , prometeu corte pela metade do imposto sobre as empresas, inclusive para atrair mais investimentos e lembrando que os EUA tinham baixado também a taxa.

O presidente destacou que continuará a promover a desburocratização, citando como exemplo a demora de quase seis meses para "desembaraçar" uma moto náutica que vem do exterior.

Reforma administrativa

Bolsonaro foi indagado sobre qual seria a prioridade do governo já que os parlamentares, a partir do segundo semestre, estarão focados nas eleições municipais de outubro. O presidente afirmou que a reforma administrativa está praticamente pronta, "só falta a última palavra do Paulo Guedes".

"A reforma tributária também é importante. Temos que aproveitar porque a partir de junho tem as eleições municipais".

Bolsonaro não disse qual projeto de reforma será enviado primeiro, respondendo que ''tanto faz a ordem, o Paulo Guedes decide lá''. Sobre a reforma tributária, limitou-se a dizer que é para simplificação de impostos''.

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Fontes do governo tem sinalizado que a reforma administrativa que o governo pretende encaminhar ao Congresso será feita em fases, ou seja, composta por Proposta de Emenda Constitucional (PEC), projetos de leis e decretos. A expectativa é de que tudo esteja aprovado e implementado até 2022.

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