Um bebê nascido em uma família brasileira de baixa renda vai precisar de nove gerações para ver seus descendentes alcançarem a renda média do País.
Se ele fosse dinamarquês , mesmo que sua família estivesse entre as mais pobres daquela nação, levaria duas gerações para alcançar os ganhos médios do país escandinavo.
Os exemplos acima se baseiam no Índice Global de Mobilidade Social divulgado nesta quarta-feira (22) durante o Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos, na Suíça, até a próxima sexta-feira (24).
O relatório aponta, dentro de cada país, qual a possibilidade que um indivíduo tem de conseguir melhorar de vida em relação à sua família. A Dinamarca é o país com maior capacidade de mobilidade social entre 82 países analisados e o Brasil ficou na 60a posição.
"Em termos absolutos, (mobilidade social) é a habilidade de uma criança de ter uma vida melhor que a dos seus pais ", explica o documento.
"Na maioria dos países, indivíduos de determinados grupos se tornaram historicamente desfavorecidos e a baixa mobilidade social perpetua e exacerba essas desigualdades”, acrescenta.
Ranking
Os países escandinavos lideraram o ranking e ocupam os sete primeiros lugares: Finlândia, Noruega, Suécia, Dinamarca e Islândia, respectivamente. Entre as economias do G7, a Alemanha é a primeira a aparecer na lista, no 11º lugar, seguida pela França (12º).
Entre os países em desenvolvimento , os BRICS, a Rússia é a melhor em mobilidade social, ocupando a 39ª posição. Em seguida vem a China, na 45ª posição, seguida pelo Brasil (60ª), Índia (76ª) e África do Sul (77ª). Os últimos lugares no ranking são Paquistão, Camarões, Senegal e Costa do Marfim.
Pontos analisados
Para chegar a esses números, o Índice Global de Mobilidade Social avaliou 10 ponto s:
- qualidade e igualdade da educação,
- acesso à edução,
- saúde,
- instituições inclusivas,
- proteção social,
- condições de trabalho,
- distribuição justa de salários,
- oportunidades de trabalho,
- acesso à tecnologia e
- aprendizado ao longo da vida.
Brasil
O Brasil alcançou 52,1 pontos em 100 no índice. A Dinamarca, primeiro lugar, ficou com 85,2. Entre os pontos analisados, “Distribuição Justa de Salários” foi a pior nota do Brasil.
Ainda sobre o País, o relatório aponta baixos salários no mercado de trabalho, trabalhadores em condições vulneráveis de emprego (27,4%) e alta proporção de jovens que não estão empregados nem estudando (24,1%) como obstáculos para a mobilidade social.
“Esforços adicionais poderiam ser feito para diminuir os níveis de desemprego entre os trabalhadores com educação básica (15,3%) e intermediária (14,1%)”, diz o texto.
O relatório também aponta a necessidade de aumentar o acesso à educação ao longo da vida dos cidadãos já que isso auxilia na redução do desemprego. As notas do Brasil em “acesso à educação” e “qualidade e igualdade da educação” foram 54,2 e 42,2, respectivamente.