DAVOS, SUÍÇA - O ministro da Economia , Paulo Guedes , aproveitou um encontro com CEOs de grandes multinacionais, nesta tarde, para tentar desfazer a impressão negativa deixada pelo comentário, feito ontem, de que "a pobreza é a maior inimiga do meio ambiente" e as pessoas destróem porque "precisam comer".
Na reunião, fechada à imprensa, Guedes disse que nenhum país deseja desmatar ou ver suas florestas incendiadas, citando inclusive a situação da Austrália, segundo relatos.
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Desta vez, ele explicou melhor o raciocínio: as maiores cobranças ao Brasil vinham justamente de países que já destruíram suas florestas, seja por fome e desconhecimento de seus habitantes em outras épocas, seja por ataques a minorias éticas.
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"Agora falei certo?", perguntou Guedes a interlocutores na saída da reunião. Havia executivos de empresas como Iberdrola, Enel, Mastercard, Corporación América, Itaú e Bradesco na plateia.
A declaração de ontem, que nos recintos do Fórum Econômico Mundial passou praticamente despercebida, foi alvo de conversas hoje nos corredores de Davos depois que o ex-vice-presidente americano Al Gore
respondeu Guedes.
No palco principal do centro de convenções, Gore teve um debate com o climatologista brasileiro Carlos Nobre sobre o futuro sustentável da Amazônia.
Em referência indireta a Guedes, Gore comentou:
— Hoje é amplamente entendido que o solo da Amazônia é pobre. Dizer às pessoas no Brasil que elas vão chegar à Amazonia, cortar tudo e começar a plantar, e que terão colheitas por muitos anos, isso é dar falsa esperança a elas. Há sim respostas para a Amazônia, mas não esta.