Jair Bolsonaro
Marcos Corrêa/PR - 5.7.19
Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro negou nesta segunda-feira (6) que o governo federal pretenda intervir nos preços dos combustíveis, depois da alta no petróleo causada pela morte do general iraniano Qassem Soleimani em um bombardeio americano, na última sexta-feira.

- Não existe interferência do governo. Não sou intervencionista. Essa política está muito bem conduzida pelo almirante Bento (Albuquerque, ministro de Minas e Energia) — disse o presidente.

Bolsonaro se reuniu com Albuquerque, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Décio Oddone, e técnicos do governo, nesta tarde, no Ministério de Minas e Energia.

- Os pessimistas acham que essa questão do Iraque ia subir demais o preço do petróleo. Subiu 5%, agora está em 3% (de alta). Dentro do aceitável — completou.

Nesta segunda-feira, o preço do barril de petróleo ultrapassou os US$ 70 em Londres pela primeira vez desde setembro, mas depois cedeu. A disputa entre Estados Unidos e Irã está provocando temores de que um conflito mais amplo possa atrapalhar o abastecimento do Oriente Médio, que fornece quase um terço do petróleo do mundo.

Bolsonaro reconheceu que uma eventual alta impactaria a inflação e no preço do frete, mas disse o governo adota o livre mercado.

— Todo mundo reclama do preço do combustível, do gás, da carne, mas o comércio que nós resolvemos adotar foi o livre mercado. A questão da carne já baixou 20%, houve uma sazonalidade. Se nós não botarmos a economia para rodar, voltamos 2, 3 anos — afirmou.

ICMS

Bolsonaro voltou a citar o peso do ICMS no preço final da gasolina e do diesel para os consumidores e pediu ajuda aos governadores. Ele descartou fixar um teto para o ICMS, mas disse que o ideal era que o valor fosse cobrado sobre o preço da refinaria. Hoje, disse ele, o imposto é cobrado sobre o preço da bomba.

- Aproximadamente um terço do preço do combustível, no final, são impostos estaduais, o ICMS. No Rio de Janeiro, por exemplo, está em torno de 30%. Vamos supor que o preço da gasolina está R$ 5, 30% não é no preço da refinaria. Esse é o problema que nós temos. Os governadores, com problemas em caixa, não deixam de cada vez mais buscar aumentar sua receita em cima do ICMS dos combustíveis — disse o presidente.

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