Os consumidores de gás natural canalizado dos principais estados do país serão beneficiados com uma redução média entre 4% a 5% em suas contas, devido à mudança feita pela Petrobras no cálculo do preço do produto fornecido às distribuidoras estaduais.
No anúncio feito pela Petrobras na última quinta-feira sobre as mudanças — já introduzidas na renovação dos contratos com 12 distribuidoras estaduais, incluindo a Ceg e Ceg Rio (do grupo Naturgy), que atuam na região metropolitana do Rio e interior do Estado —, a empresa prevê uma redução média de 10% em seus preços de venda, em relação aos contratos anteriores.
A estimativa do impacto aos consumidores foi feita por um especialista do setor, considerando que cerca de 46% da composição do preço do gás natural se referem ao preço da molécula(o gás propriamente dito).
De acordo com a Naturgy, a queda dos preços da Petrobras vai se refletir em "uma pequena redução" nas tarifas dos consumidores, mas isso só ocorrerá em fevereiro, quando acontece a revisão trimestral que é feita pela distribuidora com base nos preços cobrados pela Petrobras.
Assim, os 1,1 milhão de consumidores atendidos pela Ceg e Ceg Rio na região metropolitana do Rio e interior vão ter primeiro um aumento nas tarifas a partir de 1º de janeiro de 2020 antes da redução no mês seguinte.
Correção da inflação
Esse aumento a partir do dia 1º de janeiro se refere à correção da inflação — que é feita uma vez ao ano, sempre nesse mês, com base no IGP-M, conforme previsto no contrato de concessão.
A Naturgy informou que , para os clientes localizados na Região Metropolitana do Rio, o reajuste a partir do dia 1º será em torno de 3% para o mercado residencial; de 0,5% para postos de GNV; e de 1,5%, em média, para as indústrias, dependendo da faixa de consumo.
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Para os clientes que moram no interior do estado, o reajuste médio será de 2,9% para residências, 0,4% para postos de GNV e 1% para indústrias.
Além desse reajuste em janeiro devido à revisão da inflação, são feitos no Rio outros quatro reajustes trimestrais — em fevereiro, abril, julho, e outubro — que se referem à revisão do custo do gás natural comprado da Petrobras.
Monopólio
Para o diretor executivo da Gas Energy, Rivaldo Moreira Neto, a notícia da redução dos preços do gás anunciada pela Petrobras não deixa de ser boa, mas reflete a a situação atual de monopólio do mercado de gás, no qual um úncio fornecedor determina que preços cobrar.
Segundo o executivo, se houvesse competição, certamente a redução poderia ser até maior do que os 10% fixados pela estatal.
— Ainda é uma redução de preços muito tímida. A notícia sem dúvida é muito boa, pois até agora os preços só aumentavam, mas reflete a condição atual do mercado com monopólio, no qual um único supridor fixa os preços que quiser, sem concorrência. Talvez com esse movimento a Petrobras esteja se readequando ao mercado para que seus preços fiquem mais aderentes com o que acontece no mundo, se preparando também para a competição futura — disse Rivalde.
o executivo lembrou que, enquanto que os preços de venda do gás natural pela Petrobras estão em torno de US$ 11 a US$ 13 por milhão de BTUs (medida internacional do gás), em outros mercados mundiais os preços variam entre US$ 3 e US$ 3,50 por milhão de BTUs.