O índice de inflação calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) toda semana mostrou crescimento em sete capitais e fechou a semana finalizada no último dia 22 (sexta-feira) com alta de 0,25%, em média. As cidades pesquisadas são: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Mercado eleva expectativas de crescimento da economia e da inflação em 2019
Os vilões do aumento de preço no país foram a carne bovina, a energia elétrica
e até o bilhete da loteria.
"São preços administráveis e esse aumento da carne bovina muito significativo que já foi identificado pelo índice", afirma o coordenador do IPC do FGV IBRE, André Braz.
Ele explica que no caso da energia elétrica, além da bandeira vermelha estar valendo em novembro, ela sofreu um reajuste. "A bandeira vermelha sofreu um reajuste no seu valor de cerca de 5%", explica Braz.
No caso da loteria, a Caixa reajustou em cerca de 30% o valor do bilhete simples de suas loterias (Mega-Sena, Dupla-Sena, Lotofácil, Quina, Loteca, Lotogol, Timemania e Lotomania) no dia 11 de novembro.
A carne é cara. Mas por que tanto agora?
Os preços da carne bovina está disparando nos açougues e supermercados e segundo André Braz pelo menos até o fim do ano a situação não vai mudar. O economista indica que o produto teve uma alta de cerca de 10% para o consumidor final. "Algumas peças (de carne) subiram mais do que isso", acrescenta.
Prévia da inflação de novembro fica em 0,14%, menor taxa para o mês em 21 anos
"Os preços subiram para produtores e consumidores em função das exportações para a China. Com isso, a tendência é de aumento
nos preços em novembro e estabilidade em dezembro. O preço pode recuar só a partir da segunda quinzena de janeiro", avalia o coordenador.
Braz explica que para o produtor brasileiro é mais vantajoso exportar a carne para a China do que vender no mercado interno por causa do câmbio. "O produtor recebe um valor maior porque o dólar está mais alto. Isso acontece em qualquer exportação, fica mais vantajoso", afirma.
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Inflação veio para ficar?
Para o coordenador da FGV, a inflação está controlada . "Estamos longe da meta do governo, então mesmo com esse aumento, não vejo risco. Em outros setores, como serviços, não tenho observado reação forte (de aumento de preços)", salienta Braz. Para ele, a inflação de novembro é consequência da sazonalidade agravada pela exportação da carne.
Não perca dinheiro: com juros baixos, poupança pode render menos que inflação
O especialista admite, porém, que mais dinheiro no mercado
também pode auxiliar a manter os preços mais altos. A injeção de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) fez a demanda aumentar. Com isso, os preços mais altos podem ser absorvidos e a pressão para ficarem baixos seja menor", analisa.
Ele lembra, porém, que o uso dos recursos do FGTS não vai apenas para o consumo. "O FGTS deve aliviar o endividamento , não será usado apenas no consumo", pondera.
Capitais
São Paulo foi a capital que teve maior acréscimo nos preços na semana passada, com Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S/FGV) de 0,5%, o dobro da média nacional, que foi 0,25%, frente a semana anterior.
Brasília
ficou com o segundo lugar com alta na inflação de 0,33% no mesmo período. Belo Horizonte e Porto Alegre ficaram com o terceiro lugar, com mesmo crescimento de 0,21% na inflação.
No Rio de Janeiro , o aumento dos preços observado foi de 0,14% e as capitais Recife e Salvador ficaram com o reajuste bem próximo de zero.