O presidente Jair Bolsonaro discursou neste domingo a uma plateia de 111 empresários no hotel St. Regis, na capital da Arábia Saudita, Abu Dhabi, vendendo a perspectiva de investimentos na área de infraestrutura, em especial nos projetos do Programa de Parcerias de Infraestrutura (PPI).

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Jair Bolsonaro evidencia números da economia em discurso
Marcos Corrêa/PR
Jair Bolsonaro evidencia números da economia em discurso


Para justificar o interesse na área de Defesa, o presidente sustentou que "o Brasil tem que ter em mente o poder de dissuasão porque somos um país maravilhoso, e que a Amazônia demonstra bem que muita gente tem interesse nela".

"Estamos recuperando a confiança do mundo, os próprios números da nossa economia demonstram que nosso país está no caminho certo. É estender as mãos e dizer que podemos fazer muita coisa pelos nossos povos. O Brasil vai ser muito feliz com essa passagem na presidência", disse Bolsonaro, que classificou a performance de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, de ''100%''.

O ministro das Relações Exteriores, chanceler Ernesto Araújo, sustentou que o Brasil vivia num modelo de economia fechada, e que estamos criando novo ambiente de negócios, com caminhos das reformas estruturais. "Queremos, podemos e faremos negócios com todos os países. Mas quando temos visão de mundo coincidentes, podemos fazer ainda mais. É esse o caso hoje do Brasil e dos Emirados Árabes."

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O tom ufanista do discurso contaminou os dois ministros presentes ao encontro, em um salão suntuoso, montado para a plateia convidada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

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O ministro da Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, afirmou que o país vem cuidando do meio ambiente, tentando atrair os empresários com a perspectiva de que o" Brasil é um país com mais espaço para investimentos" do que em governos anteriores. 

Da mesma forma, o primeiro dos integrantes da comitiva de Bolsonaro a discursar, o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, chegou a citar a relevância de festas regionais, como o festival de Barretos, em São Paulo, como oportunidade de negócios. "Temos muitos cavalos árabes por lá, disse, ao cometer a gafe de se referir aos Emirados Arabes como Arábia Saudita."

Onyx: Brasil é um 'mar de oportunidades'

Onyx distribuiu ainda uma cartilha com razões para os investidores apostarem no Brasil, como o momento de inteiro interesse nas privatizações e um combate formal à corrupção, com a promoção da integridade e da transparência entre os servidores. E afirmou que o Brasil conseguiu aprovar a maior reforma da Previdência da história, essencial para a modificação econômica do país.

Durante o discurso, a despeito das queimadas mundialmente noticiadas na Amazônia, o ministro afirmou que "o Brasil é um país que protege suas florestas. Não há nenhum país que proteja suas florestas como o Brasil, com agricultura de baixo impacto de carbono, matriz energética que tem na sua base uma ampla maioria de energia renovável".  Onyx classificou o Brasil como um "mar de oportunidades". 

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Na entrevista coletiva concedida após o encontro, o presidente afirmou que,  "isso é bom para nós, porque faz com que nossos produtos cheguem de forma competitiva no consumidor final".

Após o seminário, Bolsonaro participou de cerimônia no Palácio de Governo (Qasr Al Watan), onde serão assinados atos bilaterais com o Xeque  Mohamed bin Zayed Al Nahyan, príncipe herdeiro de Abu Dhabi, conhecido coloquialmente por suas iniciais como MBZ.

Memorando de entendimento

A Apex assinou, durante o fórum de que participou o presidente Bolsonaro , um memorando de entendimentos com o Departamento de Desenvolvimento Econômico de Abu Dhabi. O presidente da Apex-Brasil, Sérgio Segovia, e o ministro de estado dos Emirados Árabes, Ahmed Ali Sayeg, assinaram o memorando, o que vai facilitar as trocas bilaterais. O memorando prevê que as duas organizações trocarão informações sobre o ambiente de negócios nos dois países e sobre chances para a promoção das exportações e investimentos.

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