O endividamento faz parte da vida do brasileiro. Mais de 40% da população adulta tem pelo menos uma dívida que não consegue pagar e a inadimplência vive seu maior índice da história, atingindo 63,2 milhões de pessoas, de acordo com a Serasa Experian.
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Manter as contas em dia, especialmente em período de alto desemprego, não é tarefa simples. As pendências, contudo, podem criar uma “bola de neve” até que se tornem impagáveis e passem a afetar mais diretamente a vida do endividado, com a restrição ao nome , por exemplo.
Para começar a organizar as finanças em um momento de aperto, vale até mesmo saber quais contas e dívidas são mais “atrasáveis” .
Para isso, é importante levar em conta os juros , os serviços que podem ser cortados e ainda estar atento ao confisco de bens em caso de atraso de determinadas contas, além, claro, de buscar a educação financeira para regularizar a situação caso haja restrição ao nome e a partir disso construir uma situação estável dentro de cada realidade.
Fabrizio Gueratto, financista do canal 1Bilhão Educação Financeira, orienta que o primeiro passo para ter uma condição financeira estável é procurar se enxergar, entender o que acontece e quais as razões para o descontrole de gastos, recorrendo até mesmo a questões familiares e culturais que levam ao hábito de gastar mais do que se deve.
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Segundo ele, o caminho é colocar na ponta do lápis os ganhos, os gastos e as dívidas, construir um espelho financeiro
e traçar pontos negativos de uma vida de endividamento, como atritos com a família, por exemplo, e pensar em como seria se livrar das pendências.
Cortar gastos supérfluos e se adequar a própria realidade são pontos de mudança. Para Gueratto, é preciso entender que gastar é prazeroso, sim, mas procurar desculpas para gastar mais do que seu rendimento permite vai trazer consequências. "Uma hora a conta chega", lembra.
"Gastar dá prazer, mas a partir da educação financeira o brasileiro deve procurar ter prazer em guardar dinheiro", afirma o financista, que cita três perguntas que cada um deve se fazer na hora de comprar: "Quero? Posso? Preciso?". Segundo ele, entender a realidade e gastar dentro do possível sempre deve ser a regra, não a exceção.
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Afinal, quais dívidas e contas devem ser prioridade?
- Contas essenciais;
- Dívidas em relação a bens em alienação;
- Dívidas com cartões de crédito e cheque especial.
De acordo com Fabrizio Gueratto, além do básico e do que pode comprometer bens , a prioridade deve ser renegociar dívidas com juros altos, sobretudo com cartão de crédito e cheque especial.
Na hora de não pagar, portanto, opte por aquelas que não envolvam corte imediato de serviços, não coloquem bens em risco e tenham os juros mais baixos. Tributos costumam ter os juros mais baixos.
Por outro lado, atrasar serviços não essenciais , de entretenimento, por exemplo, pode ser mais vantajoso do que ficar sem pagar a luz.
Embora tenham juros mais baixos que outras dívidas, as contas essenciais , tais como as de luz, água e gás, estão sujeitas a interrupção do serviço em curtos períodos de tempo após atraso.
Então, elas devem ser priorizadas , já que o corte seria feito pouco após o atraso no pagamento e esses serviços são vitais e os bloqueios afetariam direta e rapidamente a vida do endividado.
Dívidas em relação a bens em alienação também devem estar sempre no radar, já que não acertar as contas também afetaria a qualidade de vida do endividado diretamente.
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Segundo Gueratto, compras parceladas e a cultura de comprar sempre algo a mais no dia a dia pesa no fim do mês e acaba comprometendo o orçamento de muitos brasileiros a curto, médio e longo prazo.
Para ele, em casos mais extremos, o ideal é fazer um cartão pré-pago, procurar condições melhores e cortar gastos, já que os juros do cartão de crédito
são abusivos.