Greve dos Correios não paralisa serviço por completo, mas pode afetar sua vida
Segundo funcionários, governo e direção da estatal querem reduzir salários e benefícios para diminuir custos e facilitar a privatização da estatal; saiba o que fazer caso serviços contratados não forem prestados pela empresa
Os funcionários dos Correios estão, desde a madrugada desta quarta-feira (11), em greve nacional por tempo indeterminado . Anunciada pela Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) e o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande SP e Sorocaba (Sintect-SP) e confirmada pela empresa, a paralisação é parcial e, segundo a estatal, não afeta os serviços prestados.
De acordo com nota divulgada pelos Correios , 82% do efetivo total da empresa no País está trabalhando regularmente nesta quarta mesmo após o anúncio da greve . A empresa diz já ter colocado em prática seu plano de continuidade de negócios para minimizar os impactos à população.
Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões já estão sendo adotadas, segundo posicionamento oficial.
Segundo funcionários, o governo e a direção da estatal querem reduzir salários e benefícios para diminuir custos e facilitar a privatização dos Correios . Além de ser contra o reajuste salarial proposto, de 0,8%, a categoria também critica a retirada de pais e mães do plano de saúde, a exclusão do vale cultura, a redução do adicional de férias de 70% para 33% e o aumento da mensalidade do convênio médico e da coparticipação em tratamentos de saúde.
"A empresa quer retirar benefícios que vão trazer um prejuízo anual ao trabalhador entre 7 e 8 mil reais. Não estamos nem pedindo aumento real do salário, apenas a reposição da inflação e a manutenção dos benefícios", diz Pedro Alexandre, diretor de imprensa dos sindicato dos Correios no Rio.
A empresa defende o "plano de saneamento financeiro" em curso para "garantir competitividade e sustentabilidade" e cita que, desde o início de julho, a empresa participa de reuniões com os representantes dos empregados, nas quais foi apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado, atualmente na ordem de R$ 3 bilhões. Segundo os Correios, as federações fizeram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa.
Procon-SP dá dicas em relação à greve dos Correios
O consumidor que contratar serviços dos Correios, como a entrega de encomendas e documentos, e estes não forem prestados, tem direito a ressarcimento ou abatimento do valor pago. Nos casos de danos morais ou materiais pela falta da prestação do serviço, cabe também a indenização por meio da Justiça.
Em casos de ter adquirido produtos de empresas que fazem a entrega pelos Correios, essas são responsáveis por encontrar outra forma para que os produtos sejam entregues ao consumidor no prazo contratado.
Empresas que enviam cobrança por correspondência postal são obrigadas a oferecer outra forma de pagamento que seja viável ao consumidor, como internet, sede da empresa, depósito bancário, entre outras.
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Não receber a fatura, boleto bancário ou qualquer outra cobrança, que saiba ser devedor, não isenta o consumidor de efetuar o pagamento. Se não receber boletos bancários e faturas por conta da greve, o consumidor deverá entrar em contato com a empresa credora, antes do vencimento, e solicitar outra opção de pagamento, a fim de evitar a cobrança de eventuais encargos, negativação do nome no mercado ou ter cancelamentos de serviços.