RIO — Os governos do Brasil e da Argentina assinarão novo acordo automotivo nesta sexta-feira, no Rio. O que está em vigor vence em junho de 2020, data em que o governo brasileiro e as empresas do setor esperavam que finalmente fosse liberalizado o comércio de automóveis e autopeças. Mas, segundo confirmaram ao GLOBO fontes que acompanharam a negociação, o livre comércio entre os dois países será novamente adiado.
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"A data para o livre comércio não será 2020. Será feito de forma gradual", antecipou a fonte.
O encontro em que haverá a assinatura do acordo será precedido de reunião bilateral entre os dois países, no Ministério da Economia
do Rio, no Centro. Participarão da reunião o ministro da Economia, Paulo Guedes
, e secretários ligados à pasta. Do lado argentino, estará Federico Lavopa, subsecretário de Comércio Exterior
do país vizinho.
Essa era uma das demandas dos argentinos, que nos últimos meses vinham pedindo mais tempo para a adaptação de suas empresas e seu mercado. Assim, será mantido o chamado sistema Flex, de administração do comércio bilateral de carros.
Atualmente, para cada US$ 1 que o Brasil importa, pode exportar US$ 1,5. A expectativa é que, sem o livre comércio, o Flex seja mais favorável às montadoras brasileiras, passando para US$ 1,6 ou US$ 1,7, até chegar à liberalização total.
Quando os limites estabelecidos pelo entendimento são extrapolados, as empresas devem pagar impostos ao governo argentino.
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O novo acordo será firmando no Ministério da Economia
, nRio, com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do ministro da Produção da Argentina, Dante Sica.
O setor automotivo é essencial para o comércio bilateral e, desde 1991, é uma das exceções do Mercosul.
No acordo de livre comércio entre o bloco e a União Europeia (UE), ainda em processo de revisão e pendente de aprovação parlamentar, o setor também tem um tratamento diferenciado que dá tempo aos países do Mercosul para se prepararem para a concorrência com os europeus.
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A renegociação do acordo automotivo acontece em momento de fortes turbulências econômicas na Argentina. O impacto no Brasil já é forte. Segundo dados oficiais, de janeiro a agosto, as exportações para o país vizinho despencaram quase 40%.