Nestlé reavalia compra de carne e cacau do Brasil após queimadas na Amazônia
Agência Espacial Europeia
Nestlé reavalia compra de carne e cacau do Brasil após queimadas na Amazônia

A suíça Nestlé está “reavaliando” as compras de carne e cacau de fornecedores brasileiros. A gigante do ramo alimentício quer assegurar que os produtos que importa do Brasil não contribuem para a destruição da Amazônia. A empresa disse que vai tomar “ações corretivas” se flagrar fornecedores violando seus padrões.

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Executivos da empresa estarão nesta segunda-feira (2) em encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) para debater as queimadas na floresta amazônica. Representares de outras empresas europeias também estarão presentes.

As queimadas suscitaram críticas de países europeus, como França e Irlanda, que questionaram o acordo firmado recentemente entre Mercosul e União Europeia (UE). A preocupação com a floresta também levou celebridades e ONGs internacionais a pedirem por sua proteção.

Sob pressão, empresas começam a revisar as compras de fornecedores brasileiros. A primeira foi a americana VF Corporation, fabricante de calçados e acessórios em couro e dona de 18 marcas, como Timberland e Kipling. Na semana passada, a companhia informou que não comprará mais matéria-prima do Brasil por questionamentos sobre o respeito ao meio ambiente na cadeia de produção.

A Nestlé avalia fazer o mesmo. "Estamos usando uma combinação de instrumentos, incluindo mapeamento da cadeia fornecedora, certificação, monitoramento por satélite e verificação local", disse um porta-voz da gigante de alimentos suíça.

Além de carne e cacau , a empresa compra óleo de soja e de palma. Em 2010, a fabricante assumiu compromisso de que seus produtos não estivessem associados ao desmatamento.

Segundo a ONG Amazon Watch, plantações de soja e pasto para gado são as principais motivações do desmatamentos na floresta amazônica.

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Em agosto deste ano, o número de queimadas na região amazônica triplicou em relação a agosto do ano passado, passando de 10.421 em 2018 para 30.901 em 2019. O recorde anterior havia sido há nove anos.

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